Crítica: Bastidores de um Casamento

Inconstante em diversos aspectos, o filme parece apenas usar o nome de Demi Moore para conquistar algum chamariz para o público, já que esta faz um papel pouco importante.

Sempre em tom de tragicomédia, o filme funciona como um mergulho em meio a personagens exagerados, malucos e que dificilmente seriam encontrados convivendo no mundo real (embora eu não duvide de mais nada ultimamente). Ao contar com diversas cenas cujo único objetivo é traçar o perfil psicológico dos personagens (até mesmo os secundários), o filme se parece com uma minissérie de TV editada em formato de longa metragem, o que resulta em algumas cenas desnecessárias quando se trata do conceito de cinema. A única cena filmada pela “câmera pessoal” que tem serventia é a primeira delas, que o diretor usa para apresentar os personagens e o conflito inicial da trama.
Apesar de conter uma quantidade de personagens digna de novela, o filme consegue centrar as ações em Lynn e seu filho viciado Elliott (Ezra Miller) quase que todo o tempo, embora se perca diversas vezes em algumas situações cômicas gratuitas ou eventuais momentos dramáticos pouco explicados, como a tentativa de aproximação entre Paul (ex-marido de Lynn) e sua filha Alice (Kate Bosworth). Entretanto, Levinson mostra sensibilidade ao adotar uma câmera instável e hesitante para demonstrar o desconcerto entre os personagens quando vão conversar.

Enquanto as atrizes Ellen Barklin (Lynn) e Ellen Burstyn (Doris) vivem intensamente seus dramas, Ezra Miller mostra maturidade ao encarar um personagem alcoólatra e drogado que se torna paradoxal ao ter uma visão ampla da situação da família, ao mesmo tempo em que tem comportamentos absurdamente infantis. E é fácil de prever que um comentário seu vai obviamente acontecer ao final da longa sucessão de chiliques, lágrimas e farpas trocadas.
No fim das contas, “Bastidores de um Casamento” (péssima tradução do título) é quase uma novela mexicana condensada, com toques de loucura e alguns elementos curiosos, mas que não deixa de ser divertida.
Nota: 2 Claquetes
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