Crítica: Os Vingadores

Após tanta expectativa, “Os Vingadores” chega aos cinemas.
Após diversos filmes “solo” dos principais heróis do grupo, o diretor Joss Whedon consegue unir Gavião Arqueiro (Jeremy Renner), Thor (Chris Hemsworth), Viúva Negra (Scarlett Johansson), Homem de Ferro (Robert Downey Jr), Hulk (Mark Ruffalo) e Capitão América (Chris Evans) em um único filme, superando com eficiência o principal obstáculo que teria qualquer projeto assim: dar atenção merecida a todos os personagens sem causar “injustiças”. Tal mérito é duplo, já que Joss assina não só a direção, mas também o roteiro.
Enquanto a agência S.H.I.E.L.D. trabalha com um poderoso artefato vindo do mundo de Asgard, Loki (o irmão revoltado de Thor) chega à Terra com o objetivo de se tornar um grande ditador, e Nick Fury terá que conter os egos inflados de uma equipe de super-heróis que foi recrutada para salvar a terra mas tem dificuldades de trabalhar em equipe (inicialmente, é claro).
Apesar da necessidade de mostrar Nova York sendo destruída (de novo), “Os Vingadores” não soa forçado em nenhum momento e tem todos os seus elementos “mágicos” explicados bem o suficiente para criar total verossimilhança dentro do universo criado. Em nenhum momento o espectador se questiona como uma espiã “que não é soldado” consegue cair de alturas enormes e não fraturar um osso, ou como até mesmo um deus consegue desafiar as leis da gravidade (ora, ele é um deus, afinal!).
Como se não bastasse toda a capacidade de unir os heróis, o filme ainda consegue introduzir eficientemente os únicos membros da equipe que não tiveram seus filmes próprios. Não só introduz, mas os insere ativamente no primeiro ato de maneira a criar motivações em seus personagens para desejarem destruir o vilão.

É curioso notar que para “Os Vingadores” ser bem realizado, foi preciso trazer um diretor da TV para o cinema. Joss Whedon (que tem as séries “Buffy a Caça Vampiros” e “Angel” no currículo), assim como a maioria dos diretores de televisão, sabe lidar com uma gama maior de personagens, coisa que diretores de cinema não costumam fazer tão bem. No entanto, é na linguagem “televisiva” que reside um dos pequenos problemas do filme. Embora haja algumas tomadas inspiradas nas cenas de batalha, o diretor não sai da relação “plano” e “contra plano” nas cenas de diálogo, além de exagerar nos closes – tão usados na TV e tão clichês no cinema.

De qualquer maneira, “Os Vingadores” é um filme completo, com cenas de ação perfeitamente bem orquestradas, que abre as portas para os filmes com diversos heróis, e marca a história das adaptações de quadrinhos.
ATENÇÃO: o 3D convertido, apesar de muito bom, não é essencial. A cena exibida após os créditos já mostra quem será o vilão no próximo filme, caso você seja leitor dos quadrinhos (e se não for, pergunte para algum).
Nota: 05 Claquetes

