Crítica: A Mulher de Preto


“A Mulher de Preto” é um típico suspense de fantasmas muito bem realizado. Baseado no romance de Susan Hill, o filme marca o retorno da produtora de filmes de terror Hammer Films, após muitos anos inativa, e tem como chamariz a presença de Daniel Radcliffe em seu primeiro trabalho depois do sucesso de Harry Potter.

O filme ainda conta com Ciarán Hinds e Janet McTeer como um casal que, como metade da cidade, perdeu o filho em circuntâncias misteriosas. O casal consegue a façanha de conquistar o espectador mais do que o próprio ppersonagem principal.
As grandes falhas do filme estão no roteiro e no protagonista.
Além de muitas vezes óbvio no seu gênero (existe outra maneira de fazer filmes assim?), o roteiro repete clichês desnecessários, como personagens terciários exigindo que o visitante vá embora, ou personagens femininas se identificando com o protagonista em momentos de “quase-flerte”. Sempre com um final “surpreendente” ou “inesperado”, o roteiro ainda se preocupa em explicar tudo “tintim por tintim” – como se o espectador estivesse em busca de um documentário sobre fantasmas.
O protagonista Daniel Radcliffe não convence muito como advogado viúvo. Ele não é um ator ruim (embora ainda tenha aquele jeito esquisito), mas é muito jovem para tudo isso. Sim, nós sabemos que na época as pessoas tinham filhos e se casavam jovens, mas um ator na faixa dos 30 anos seria mais convincente. Mesmo com um roteiro que tenta aproximar o espectador do protagonista (assim sentimos mais medo e vibramos nas situações de suspense), Radcliffe é jovem mesmo com a barba por fazer.
Mesmo sem grandes arroubos, A Mulher de Preto dá sustos no espectador (é pra isso que nós vamos assistir, não é mesmo?), e marca um bom recomeço, tanto para a Hammer Films quanto para Daniel Radcliffe.
Nota: 3 claquetes
