Crítica: Filha do Mal


Como todos os filmes recentes sobre exorcismo, “Filha do Mal” não parece se levar a sério. O filme começa dizendo que não teve autorização do Vaticano para ser realizado, o que já mostra, no mínimo, a pretensão de causar polêmica, mas o máximo que o filme consegue é mostrar a Igreja Católica como desinteressada em exorcizar algumas pessoas.
Com poucas cenas de susto ou que realmente causem algum medo, os únicos destaques do filme podem ser creditados ao ator Evan Helmuth, que vive o padre David, em duas das cenas mais chocantes do filme.
O filme é recheado de clichês já conhecidos em produções do tipo. No primeiro exorcismo a ser mostrado, a garota possuída (tem que ter sempre uma jovem mulher?) teve que ser transferida para o porão… talvez a mãe tenha pensado: “oras, já que minha filha foi possuída pelo demo, acho que vou colocá-la em um ambiente mais assustador que seu belo quarto”. O filme ainda explica e explora muito mal o passado de dois importantes personagens: o padre Ben e a própria protagonista.
“Filha do Mal” não consegue causar no espectador nem mesmo aquilo que o filme propõe: tensão, medo ou susto. Mas diverte. Sim, “A Filha do Mal” pode ser uma sucessão de repetições, mas ainda assim faz o espectador querer saber o que vai acontecer no final. E acredite: o final é surpreendentemente bom.
Lembra-se do filme O Ritual, com Anthony Hopkins? “Filha do Mal” é melhor. Isso não é um mérito, mas consola.
