3D garante altos lucros ao cinema
Neste exato momento, cerca de 110 salas em todo o Brasil exibem “A Bela e A Fera”, longa da Disney de 1991 que ganhou 2 Oscars em 1992: Melhor Trilha Sonora e Melhor Canção.
Impulsionada pela grande bilheteria de “O Rei Leão” 3D, que arrecadou US$100 milhões só nos Estados Unidos, a indústria de Hollywood se prepara para uma enxurrada de relançamentos em 3 dimensões. Pelo jeito, é o que o público quer.
No caso de animações, a bilheteria ainda é estimulada pelos pais das crianças de hoje, que divulgam e incentivam os filhos a assistir na tela grande aquilo que viram quando eram pequenos (quem tinha 10 anos no lançamento de A Bela e a Fera, hoje está com mais de 30, por exemplo).
Outro grande atrativo das conversões em 3D é o custo benefício: Se antes a conversão em 3D saía por mais de 100 mil dólares o minuto, agora sai por 25 mil. Ou seja, o custo é baixo e os lucros são altos.
No caso do romance entre a moça bonita e o monstro, a conversão fica fácil porque o filme já foi feito em cenário construído por computador, assim como vem sendo para a Disney converter “A Pequena Sereia”, outro longa que deve voltar ao cinema em breve. No caso das animações mais antigas, como “Pinóquio”, “Branca de Neve” e “Cinderela”, a conversão é muito difícil, visto que tudo foi feito à mão, e portanto a Disney deve manter tais desenhos fora da lista. No entanto, as animações da Pixar “Procurando Nemo” e “Ratatouille” também vão ressurgir em breve.
Mas não é só de desenhos que vive a conversão. Logo, o público poderá ver Kate Winslet e Leonardo di Caprio de braços abertos no navio, com a reestreia de “Titanic”, ou os vôos incríveis de um jovem Tom Cruise em “Top Gun – Ases Indomáveis”. No caso de “Titanic”, o diretor James Cameron modificou a cena em que os protagonistas se abraçam na ponta do navio, a fim de dar mais “profundidade” à tela.
Embora a conversão tenha um papel interessante ao impulsionar a venda de ingressos e melhorar a economia do cinema como um todo (e aí os exibidores saem ganhando), é importante que a indústria não caia na armadilha de priorizar a conversão ao 3D em detrimento da produção de novos filmes.