Crítica: Millennium – Os Homens Que Não Amavam As Mulheres

O novo filme de David Fincher pode começar a ser analisado pelo seu título. Baseado no livro do escritor sueco Stieg Larsson, o título em português respeita a tradução brasileira e também o título original (embora ele não tenha o “Millennium”). Enquanto isso, o título do filme em inglês é o mesmo da tradução literária para a língua inglesa: “The Girl with the Dragon Tattoo”. Portanto, podemos nos perguntar qual é o principal foco da história: os homens que não amavam mulheres (estupradores e assassinos, presentes em diversos personagens), ou a garota tatuada, que co-protagoniza a história com o jornalista.

Com ajuda de uma fotografia gelada e cenários muito bem caracterizados (a casa “de vidro” é especialmente icônica), “Millennium” é surpreendente não só pelo andamento da trama, mas também por não evidenciar qualquer possível suspeita do espectador, garantindo assim sempre uma surpresa a cada descoberta. No primeiro ato, o filme consegue contar de maneira natural as duas histórias paralelas de Mikael e Lisbeth, sem parecer episódico ou inconstante.

Como todo grande filme, “Os Homens Que Não Amavam As Mulheres” pode ser revisto por diversas vezes e ainda assim trará surpresas, novidades e detalhes novos que escapam à primeira vista.
O espectador mais preguiçoso não pode esperar ter tudo mastigado. Fincher não subestima quem o assiste e, apesar de se render a algumas explicações verbais, pressupõe a atenção total à projeção. O filme marca a estréia da franquia “Millennium” nos cinemas Hollywoodianos, e provavelmente terá continuações. Aos que não leram os livros, resta a vontade de devorar as palavras publicadas antes das possíveis continuações.
Nota máxima: 5 claquetes
