Festival de Sundance 2018 – Dia 1 #ConexãoSundance
Festival de Sundance 2018 – Dia 1
Conexão Sundance

Festival de Sundance 2018 – Dia 1 #ConexãoSundance

Festival de Sundance 2018 – Dia 1: É dada a largada em Park City, Utah! E também é dada a largada para o Conexão Sundance, cobertura do festival que reúne diversos sites e veículos. No primeiro dia, a lista de filmes ainda é curta: as exibições do primeiro dia de festival começam apenas às 17h, e por isso o crítico Maurício Costa teve a chance de assistir a dois filmes: o documentário 306 Hollywood e o longa brasileiro Benzinho (Loveling), de Gustavo Pizzi (Riscado). Segundo Maurício, o primeiro dia do Festival de Sundance começou ótimo. Confira as análises. No final do vídeo, você assiste a uma entrevista com a atriz e o diretor do filme brasileiro, que teve premiére mundial.

 

Festival de Sundance 2018 – Dia 1:

 

 

306 Hollywood

Estados Unidos, 2018, 82 min. Documentário. Direção: Elan Bogarin, Jonathan Bogarin

306 Hollywood - Still 3

O documentário é de dois irmãos que resolveram fazer uma homenagem à avó depois da morte dela. Durante 10 anos, eles entrevistaram-na, dos 76 aos 86 anos, fazendo várias perguntas sobre a vida. Esse filme é o tipo que acaba surpreendendo, por mais alta que seja a expectativa sobre ele.  É um documentário atípico e muito original, como diz a própria mãe dos diretores e produtores do filme. Eles são lunáticos, mas acabam fazendo um documentário que, embora exija que o espectador se engaje no espírito do filme para que ele funcione, é um filme sobre amor, família, perda, e como a simplicidade das coisas da vida e a vida comum é importante, pode ser uma coisa mágica e ajuda a influenciar a formar o caráter das outras pessoas. É sobre como os vínculos de afeto e de memória permanecem. Para isso, o filme usa vários recursos de linguagem, analogia com a arqueologia, cenas que parecem de musical, e cenas muito dramáticas. Ao mesmo tempo, é um filme muito bem humorado, mas ao mesmo tempo muito triste e muito melancólico. E essa melancolia está presente mesmo nos momentos alegres. Mas o filme é tão bom que ele mobiliza como mobilizam muitas obras dramáticas de ficção. E  a gente pode perceber o quanto a direção é competente, bem como a montagem e os recursos narrativos, porque  o filme funciona perfeitamente: todos os momentos em que a plateia deveria rir, ela reage e ri. Nos momentos em que a plateia deve ficar em silêncio, ela fica em silêncio. Nos momentos em que ela deve se aproximar do choro, ela se aproxima. E tudo isso sem nenhuma pieguice e sem nenhuma apelação.

O filme é da mostra Next, de diretores estreantes.

“Netflix, compre esse filme! Amazon, compre esse filme”, pede Maurício. Segundo ele, todo mundo que mantém ou manteve vínculo afetivo com alguém da família deve ver esse filme e vai sair comovido.

 

Benzinho (Loveling)

Brasil, Uruguai, 2018, 95 min. Ficção. Direção: Gustavo Pizzi

Loveling - Still 3

Fazia muito tempo que um filme brasileiro não “pegava de jeito”, segundo Maurício, que compara o longa a Que Horas ela Volta? e Casa Grande. “São filmes que me vem à mente que tenham tanta sensibilidade no trato de tema e com uma atuação tão inspirada quanto a da Karine Teles, com o suporte indispensável da Adriana Esteves, do Otávio Müller, e dos atores que fazem o filho, principalmente o Fernando, que faz a vida da Irene virar de ponta cabeça”.

O elenco todo está em atuações inspiradas, a montagem é uma coisa impressionante. Não é parecido, mas tem uma montagem com influência narrativa pesada, como em filmes do Terrence Malick ou em Moonlight. O visual do filme, a maneira como ele foi montado e como se fazem as transições de cena ou a escolha narrativa que se fez para a sequência dos eventos: tudo foi feito com uma sensibilidade enorme que transborda.

Benzinho provocou uma boa reação no festival e teve uma boa recepção. Karine Teles tem grandes chances de ser reconhecida no festival pela atuação, porque ela está em uma atuação no mesmo nível ou até melhor que da Regina Casé em “Que Horas ela Volta?”. Para entender melhor o papel de Karine Teles: ela faz o que seria a “mãe do Whindersson Nunes”. Aquela mãe com aquele amor cru, bruto, superprotetora, com dificuldade de cortar o cordão umbilical, se separar dos filhos, de classe média baixa, trabalhadora, que vê alegria nas coisas simples da vida. É exatamente isso que esse filme conta. Ele é extremamente brasileiro: no visual, na técnica, na atuação, nos cenários. É muito inspirador e muito emocional.

 

Assista à live feita direto do Festival:

 

Participam da cobertura do Festival de Sundance 2018 os seguintes sites e canais: Razão:de:Aspecto, Cinem(ação), Cine Drive Out, Artecines,  O Sete e Correio Braziliense.

 

Confira a cobertura do #ConexãoSundance:

Cobertura do Festival em 2017

Festival de Sundance 2018 – Dia 1

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