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Crítica: M-8: Quando a morte socorre a vida (2020)

Sinopse: Maurício começa a estudar na renomada Universidade Federal de Medicina. Em sua primeira aula de anatomia, ele conhece M8, o cadáver que servirá de estudo para ele e os amigos. Durante o semestre, o mistério da identidade do corpo só pode ser desvendado depois que ele enfrentar suas próprias angústias

Breves comentários:

M-8, longa nacional, dirigido por Jeferson De, traz a história de Maurício, um jovem negro, do subúrbio do Rio, cotista em uma Universidade Estadual no curso de Medicina. Não é preciso dizer muito mais, o filme é um retrato da realidade brasileira e o racismo estrutural que existe no Brasil. 

A direção e o roteiro são bem didáticos, deixam bem explicitas situações de racismo no dia-a-dia, até mesmo dos que não se consideram racistas. O longa logo de cara expõe a elitização das faculdades de medicina, onde só jovens brancos de classe média alta se tornam médicos. Enquanto os corpos das aulas de anatomia são todos de jovens negros.

Jeferson De vai além de mostrar pessoas brancas fazendo comentários ou tendo atitudes racistas. Ele consegue mostrar que o racismo é tão enraizado que até pessoas negras agem de forma da mesma maneira.

O filme coloca em discussão diversas problemáticas, as quais daria para produzir um filme sobre cada tema. E infelizmente não consegue dar conta de desenvolver a trama central e as subtramas apresentadas. Apesar da sua curta duração (1h15), a direção consegue transmitir sua mensagem. Portanto, ao meu ver, M-8 é um dos melhores filmes nacionais de 2020.

O trabalho técnico é digno de elogios também. Seja na trilha sonora, na mixagem e edição de som ou fotografia (as paisagens do Rio facilitam o trabalho de fotografia). Fecho esse texto dando destaque para a atuação de Mariana Nunes, que interpreta a mãe do protagonista. Sua personagem, Cida representa milhares de mulheres negras periféricas, que lutam diariamente para sobreviver e dar uma vida digna para seus filhos. Mariana Nunes é responsável por belos diálogos, um deles de arrepiar (quem assistiu sabe qual cena estou me referindo).

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