Crítica 2: Welcome to Chechnya – 44ª Mostra de São Paulo - Cinem(ação): filmes, podcasts, críticas e tudo sobre cinema
Bem-Vindo à Chechênia - documentário 44ª Mostra Internacional de São Paulo
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Crítica 2: Welcome to Chechnya – 44ª Mostra de São Paulo

Leia a crítica do Daniel

Poderia resumir Welcome to Chechnya em poucas palavras: um desagradável relato da crueldade humana. Dirigido por David France, a produção norte-americana, traz uma denúncia documentada acerca da violência que atinge milhares de homossexuais na Chechnya, território que pertence a Rússia.

O doc retrata o difícil trabalho de um grupo clandestino de ativistas que enfrentam diversos riscos para resgatar vítimas LGBTQ+ da perseguição das autoridades chechenas. Sem floreios, Welcome to Chechnya expõe a realidade intragável de uma “república” mulçumana ligada ao regime de Vladimir Putin. Ao longo de todo o documentário o espectador é impactado com cenas brutais de violência e tortura contra os homossexuais, cometidas pelo próprio Estado, dito “democrático”.

Bem-Vindo à Chechênia - documentário 44ª Mostra Internacional de São Paulo

Welcome to Chechnya estreia na Mostra de São Paulo com a capacidade de nos fazer refletir sobre um grande problema que atinge não só o país do leste europeu, mas o mundo todo, principalmente o Brasil, responsável pelo maior número de mortes de travestis e transexuais do planeta.

Para complementar a reflexão é possível unir as recentes declarações do Papa Francisco acerca dos direitos dos homossexuais. Sua fala se torna quase um clamor contra os crimes cometidos na Chechnya, mas que se estende ao mundo. “Os homossexuais têm direito a estar em família, são filhos de Deus. Não se pode expulsar uma pessoa de sua família ou tornar a vida impossível para ela. O que temos que fazer é uma lei de convivência civil, para serem protegidos legalmente”.

Sem essa proteção e acolhimento os LGBTQ+ estão sujeitos ao preconceito, a violência e a morte. Por mãos de pessoas que dizer representar o povo, mas não passam de fundamentalistas religiosos, mergulhados em ideologias extremistas. A humanidade já ouviu esse disco antes – Nazismo, Fascismo, Comunismo –, contudo o ser humano esquece fácil o passado e tende a repeti-lo.

Hoje os regimes totalitários se revestem da carapuça da “democracia” e da “república”. E dessa maneira vão colocando suas monstruosidades em prática. Antes foram os judeus, hoje são os homossexuais e as minorias em geral. E nós vamos ficar de braços cruzados? Ou vai esperar chegar a sua vez?

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