Doc "Pódio para Todos" aborda a superação por meio do esporte
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Doc “Pódio para Todos” aborda a superação por meio do esporte

Seguindo na onda dos documentários, hoje vou falar sobre Pódio para Todos (Rising Phoenix), produção da Netflix, que chegou ao catálogo na última semana de agosto. Confesso que a Netflix tem me surpreendido com a qualidade das produções e nesse não foi diferente.

Pódio para Todos traz uma série de entrevistas com nove atletas paraolímpicos de países distintos. Com um novo olhar, o documentário procura estabelecer os atletas como os heróis da vida real, e para isso nos leva a conhecer a fundo suas origens e busca responder questões que muitas pessoas devem fazer: porque essa pessoa é deficiente? Nasceu assim? Sofreu um acidente? Foi por conta de alguma doença?

Ryley Batt, atleta da seleção australiana de rugby em cadeira de rodas.

Partindo dessas premissas os personagens vão narrando como a deficiência os levou até o esporte e como o esporte transformou suas vidas e das pessoas ao seu redor. Em diversos aspectos Pódio para Todos nos serve de inspiração e motivação, para enxergamos que mesmo com nossas limitações e dificuldades podemos chegar a qualquer lugar, basta lutar e não desistir.

A origem dos Jogos Paralímpicos

Contudo, mais do que histórias de superação, essas narrativas se conectam com outros dois pontos importantes do documentário: A história do surgimento do movimento de inclusão das pessoas com deficiência no esporte; e o sonho dos atletas de participar dos Jogos Rio 2016.

Essa produção é uma ótima fonte de conhecimento para quem se interessa por esporte paralímpico. Através dos relatos de Eva Loeffler, conhecemos a história de seu pai, Ludwig Guttmann, um neurologista alemão que criou os Jogos Paralímpicos, e que foi um dos pioneiros no uso do esporte para reabilitação física de deficientes.

Registro da primeira competição de esportes adaptados para deficientes.

Além dessa contextualização histórica o documentário traz entrevistas com membros do Comitê Paralímpico Internacional, entre eles o brasileiro Andrew Parsons, que esteve envolvido na organização dos Jogos no Rio de Janeiro. Seus depoimentos são parte fundamental para compreender a evolução do movimento paralímpico, as dificuldades de realização dos jogos ao longo da história e a tentativa de popularizar o evento.

Um olhar sobre o doc.

São muitas questões que o documentário procura abordar e por pouco a montagem não se perde. A direção de Ian Bonhôte e Peter Ettedgui acaba pecando pelo excesso, mas isso é um capricho particular. São diversos assuntos a serem abordados e isso é um desafio enorme, já que, é preciso mesclar as histórias dos atletas com a origem das paralímpiadas, com a tentativa de popularização do evento, além do drama para conseguir realizar os jogos no Rio.

Entretanto, Pódio para Todos contextualiza bem o espectador e o instiga a querer saber mais sobre os atletas e se eles conseguiram participar das Paralimpíadas. Mergulhados na narrativa, ficamos apreensivos junto aos personagens, que esperam uma resposta dos membros do Comitê e não sabem se os jogos irão acontecer por conta da falta de verbas.  Tudo isso um mês antes do início dos Jogos. Além da expectativa de saber se o Brasil conseguiria repetir as arquibancadas lotadas de Pequim e Londres.

Jogos Paralímpicos Rio 2016 – Cerimônia de Abertura – Desfile da delegação brasileira Foto: Marcio Rodrigues/MPIX/CPB

Sei que estava diante de uma produção estrangeira, porém se tratando dos Jogos no Rio, e acima de tudo, o Brasil sendo uma potência nos esportes paralímpicos, fico triste e não ver ao menos um atleta brasileiro partilhando suas histórias e superações. Acabamos ficando apenas com as críticas e comentários negativos sobre o que deu errado.  

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