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Precisamos falar sobre Fleabag

Recentemente, me deparei com a situação de estar sem ter nada para assistir, com a lista de filmes zerada, vagava pelo catálogo do Prime Vídeo esperando algum entreterimento milagroso que me prenderia em frente a tela. Milagrosamente, ou não, Fleabag me encontrou.

“Fleabag é um mergulho na mente fervilhante de uma mulher inteligente, sexual, inquieta e devastada pelo luto, em seu dia-a-dia na vida moderna de Londres. A dramaturga premiada Phoebe Waller-Bridge é a autora e faz o papel de Fleabag, uma mulher autêntica que tenta retomar a sua vida, enquanto rejeita a ajuda de qualquer um que tente se manter ao seu lado durante a sua crise. ”

Com essa descrição não tão atraente quanto deveria, me aventurei em apertar o play e, após o primeiro episódio, me perguntei o motivo de não ter tomado essa atitude antes.

A história da série é originada de uma peça, escrita e protagonizada por um dos grandes nomes do ano de 2019, Phoebe Waller-Bridge. A atriz, escritora e dramaturga, caiu nas graças do público e da crítica, não só por seu trabalho em Fleabag, mas por ser responsável pelo roteiro e produção de Killing Eve. Ganhadora do Emmy e do Globo de Ouro por seus trabalhos, Phoebe roteirizou o “007 – Sem Tempo Para Morrer” e lançou recentemente a série RUN, da HBO.

Phoebe Waller-Bridge segurando três prêmios Emmy por Fleabag

Com um roteiro ousado e muito bem executado, a série consegue prender a atenção do público do início ao fim, principalmente pela quebra da quarta parede.

Nos conectamos a personagem mesmo sem entender o que se passa pela cabeça dela, conosco ela é sincera e não tem medo dos possíveis julgamentos que surgem da nossa perspectiva. Ela é mais sincera com a câmera, do que com ela mesma.

A cada episódio, uma nova camada da personalidade de Fleabag é evidenciada, conseguimos entender mais sobre nós quando compreendemos a protagonista. Ao descobrir seus segredos e desejos mais profundos, notamos o cenário problemático entre seu relacionamento com a família e suas dores pessoais, sentimos raiva, dor, compaixão e alegria.

Depois de duas temporadas, percebemos que Fleabag é sobre ser impulsivo, inconsequente, irresponsável e, no final, ficamos com um gosto amargo na boca e a sensação de querer mais.

Durante o seu discurso Phoebe disse: “é realmente maravilhoso saber e assegurar que uma mulher suja, pervertida, zangada e desarrumada pode chegar ao Emmy”

No fim das contas, Fleabag é sobre ser humano.

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