Crítica: ABE – 43ª Mostra de São Paulo - Cinem(ação): filmes, podcasts, críticas e tudo sobre cinema
Abe - 43ª Mostra de Cinema de São Paulo
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Crítica: ABE – 43ª Mostra de São Paulo

Durante a 43ª Mostra de São Paulo o Theatro Municipal de São Paulo recebeu a sessão de estreia do longa ABE, do diretor Fernando Grostein Andrade, estrelado por Noah Schnapp, (Stranger Things) e o ator e músico brasileiro Seu Jorge, que esteve presente durante a exibição. O filme que se passa na cidade de Nova York narra a história do jovem Abe, um menino de 12 anos apaixonado por gastronomia.

ABE poderia ser um simples filme que busca homenagear a culinária mundial, onde um garoto do Brooklyn conhece Chico (Seu Jorge), um chef de cozinha brasileiro que começa a ensiná-lo a cozinhar e eles e tornam amigos. Porém, o longa com traços autobiográficos do diretor, insere o conflito político histórico entre judeus e mulçumanos como plano de fundo do filme. Sem muito sucesso.

Os pais de Abe são de origens diferentes: a mãe israelense e o pai palestino. Moradores do Brooklyn, a família vive aparentemente bem, mas os conflitos começam devido à pressão dos avós, de ambos os lados, que insistem que Abe escolha logo um lado: judeu ou mulçumano. Em meio às confusões, Abe conhece nas ruas de Nova York o chef brasileiro.

É difícil imaginar uma ligação entre a gastronomia de um chef baiano e os problemas familiares do personagem principal, entretanto a direção e roteiro decidem optar por usar a gastronomia como ferramenta que pode unir as duas nações, que historicamente vivem em guerra.

Apesar da boa fotografia, trilha sonora e montagem o longa tem um roteiro relativamente fraco e com resoluções simplistas para a história. Seu Jorge é mal aproveitado pela direção, ficando de segundo plano, e até mesmo o jovem ator de Stranger Things não consegue desenvolver bem o seu personagem.

ABE é leve e divertido, com um roteiro que busca evidenciar as dificuldades de uma criança nascida no meio do conflito entre judeus e mulçumanos, além da luta por identidade e aceitação não só dentro da família, mas também no país em que ele vive.  

Com um elenco bom a sua disposição o diretor poderia ter explorado mais a potencialidade de cada ator, (Seu Jorge principalmente), mas o que vemos é um filme familiar, sem grande profundidade, cheio de sabores e cores, e que mexe muito com seu estômago.

  • ABE
2.5

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