Eu Cinéfilo #48: The cleaning lady - Limpando a vida alheia
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Eu Cinéfilo #48: The cleaning lady – Limpando a vida alheia

Filmes sobre amizades obsessivas existem aos montes, um dos mais conhecidos é “Mulher Solteira Procura” (1992), após o sucesso deste, diversos outros pegaram carona no tema sendo na maioria das vezes mais do mesmo, contudo isso não ocorre em The Cleaning Lady (2016).

Filme de baixo orçamento e elenco desconhecido mas que prende atenção do início ao fim reservando sustos e tensão ao longo da trama que mostra uma bela jovem (Alice) que vive um romance com um homem casado e que desenvolve uma amizade com a faxineira (Shelly) que possui um rosto deformado em função de queimaduras.

Aos poucos, a tímida faxineira vai revelando seu lado mais sombrio, cuja a obsessão deixa Glenn Close de Atração Fatal no chinelo. A cena de abertura é de causar ojeriza até naqueles com um estômago forte, algo que só é explicado da metade em diante, provando que as cicatrizes de Shelly vão muito além de físicas somente.

O filme mescla imagens de flashback para contar o passado da diarista e a causa das queimaduras dela, cuja as cenas são bastante fortes ao mostrar uma mãe com nítidos sintomas de transtorno de personalidade narcisista, elevado ao extremo.

A protagonista não faz ideia da furada que entrou ao dar atenção a uma jovem que literalmente faz uma faxina na vida dela, limpando com requintes de crueldade aqueles que fogem do que ela julga como bom comportamento.

Daí em diante, o filme engrena com cenas repletas de violência, algumas quase explícitas o que revela o talento da equipe de efeitos especiais. O passado tenebroso de Shelly, a tornou uma pessoa fria, calculista e vingativa,disposta agora a tudo para “limpar” quem atravessar o caminho dela.

The Cleaning Lady é um suspense muito interessante que merece ser visto, apesar de nenhum nome famoso no elenco, os atores são bons, a maquiagem é realista e a trama segue um ritmo sem perder tempo com firulas.

Poucas vezes um tema batido, gerou uma história ainda assim original, sem aquela sensação de saber como vai ser o final, aqui a obra oferece momentos de angústia no espectador que pode esquecer o final feliz.

O filme estreou no festival FrightFest em Londres em 2018.

Texto escrito por: André Araújo

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