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“Benzinho – (2018)”

Benzinho é um filme nacional.

O cinema nacional tem algo de natural dele mesmo, como se possuísse uma característica inerente ao seu modo de se fazer como obra cinematográfica. As fotografias, tanto quanto, seu modo de se produzir como obra de arte, no cinema, fazem dele algo único e, em certa medida, bonito. Claro que dizer o que pode ser bonito ou não, diz respeito a opinião de cada um e dos gostos de cada um. De certo modo, Benzinho, por si só, traz em seu enredo um pouco de gosto e um pouco de opinião, de certa forma, positivas.

A narração é feita a partir da experiência da atriz Karine Teles, a qual escreveu e produziu o filme. A forma pela qual sua estória é contada faz da película, o que disse um pouco acima, ou seja, pertencer a esse essencial e natural modo brasileiro de se fazer cinema. Porém, isso não quer dizer que possa ter um conteúdo pejorativo, deste modo, a ser considerado apenas mais um de tantos, já que nesse caso, pode-se ter uma conexão com o que acontece na tela. A naturalidade, especialmente, de Karine em cena, faz a magia de seu personagem aparecer e viver o que tem que viver. É difícil discernir o que é bom ou não na arte, ou o que deve ser feito ou não, contudo, a sutileza em que ela traz suas emoções para a tela e a partir delas, pois, temos acesso a ela. É assim que conseguimos ter a experiência que deveríamos ter no cinema quando vemos um filme.

De fato, a narrativa não é contada somente por ela, já que temos Otávio Muller e Adriana Esteves a compor o cenário desse teatro cinematográfico. A questão da interpretação faz parte, de modo total, do quão bom considero esse filme. Os três principais atores estão bem em seus papéis e conseguimos nos ver neles em suas dificuldades e barreiras na vida. Não é nada perto de Hollywood ou dos filmes que vemos superproduzidos e cheio de efeitos especiais, características também, que não pertencem ao cinema nacional. A reflexão aqui, como pode-se ver, diz respeito a visão que se pode ter sobre esse filme e o quão interessante ele é. O conteúdo, em contrapartida, mesmo sendo muito fácil de ser entendido, não faz pelo menos pra mim, do filme ser o que é, já que são outros caminhos que o fazer dele faz ser o que é.

Benzinho é um filme bom? Sim. A narrativa é boa? Sim. Vale a pena ver? Sim. Para quem quer e deseja ver um filme bacana e interessante sobre a vida e o que ela pode ser e, em especial, na arte, porque é sobre isso que venho retratar aqui, isto é, o quão a arte pode fazer a diferença quando ela é traduzida, seja em forma de imagem, música, fotografia, ou mesmo, em cinema – o que é o conjunto dessas peculiaridades. Benzinho é um filme desse tipo: simples, não muito longo e que conta uma estória de uma família brasileira.

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