Crítica: A Costureira de Sonhos (Sir) - Mostra Internacional de Cinema
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Crítica: A Costureira de Sonhos (Sir) – Mostra Internacional de Cinema de São Paulo

A Costureira de Sonhos é um filme belíssimo… a despeito de seu título.

 

Ficha técnica:

Direção: Rohena Gera
Roteiro:  Rohena Gera
Elenco: Tillotama Shome, Vivek Gomber.
Nacionalidade e lançamento: Índia,14 de Maio de 2018 no Festival de Cannes (exibido na Mostra Internacional de Cinema de São Paulo).

Sinopse: Ratna é uma empregada doméstica que trabalha para Ashwin. Seu patrão terminou o casamento e está perdido, enquanto ela sabe muito bem o que quer para sua vida e luta para conquistar seus sonhos.

 

Em inglês, o filme tem o título de “Sir”, termo utilizado a todo instante pela empregada para se referir ao patrão. O título em português parece um pouco místico, mas não deixa de ter seu fundamento.

 

Logo no início, vemos que Ratna acabou de perder seus dias de folga após o retorno inesperado do patrão, que estava de viagem. Em um prédio rico, ela tem seu quarto e o serve de forma impecável. E por meio dos olhos da protagonista começamos a entender o que se passa na vida do engenheiro de família rica.

“A Costureira de Sonhos” é um filme leve, que segue com uma narrativa fluida e no ritmo da rotina. Ratna sonha em se tornar uma costureira, tendo que pedir ao “senhor” que a deixe sair por algumas horas para aprender o ofício. Viúva ainda jovem, a mulher é avançada para sua sociedade, já que trabalha na cidade e não precisa seguir as tradições antiquadas da vila onde nasceu.

 

Em nenhum momento o filme deixa de ser colorido. Sua fotografia quente retrata não apenas o espírito do país onde se passa, mas também reforça a leveza com que as coisas acontecem. O andar da trama se dá através de diálogos cada vez mais íntimos (ainda que sempre tímidos) entre Ashwin e Ratna. Entre momentos engraçados e situações mais dramáticas, nos aprofundamos na vida de cada um deles.

Alguém criticaria a imagem “imaculada” de mocinho que Ashwin representa, mas o fato é que a diretora toma cuidado para jamais criar uma situação na qual o homem tenha poder sobre a mulher. E mais uma vez, vê-se a importância de uma mulher na direção do filme: mesmo com o poder econômico do personagem, a protagonista jamais perde o seu poder próprio, além de deixar claro que é ela quem mais sofre com a aproximação de ambos.

 

“A Costureira de Sonhos” pode parecer, à primeira vista, apenas um drama leve. E poderia se tornar uma comédia romântica clichê. Mas o filme é, na verdade, um verdadeiro tapa na cara dos sonhadores que não conhecem a dura realidade da Índia. Ainda assim, é esperançoso. Porque esperança é fundamental.

  • Nota
4

Summary

“A Costureira de Sonhos” é um filme leve, que segue com uma narrativa fluida e no ritmo da rotina.

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