Crítica | Goosebumps 2: Halloween Assombrado
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Crítica | Goosebumps 2: Halloween Assombrado

Goosebumps 2: Halloween Assombrado não empolga

Ficha técnica:

Direção:Ari Sandel
Roteiro: Rob Lieber
Elenco: Wendi McLendon-Covey, Madison Iseman, Jeremy Ray Taylor, Caleel Harris, Ken Jeong, Chris Parnell,

Nacionalidade e lançamento: EUA, 2018 (11 de outubro de 2018 no Brasil)

Sinopse: Wardenclyffe, Estados Unidos, às vésperas do Halloween. Sonny (Jeremy Ray Taylor) e Sam (Caleel Harris) são grandes amigos, que encontram um livro incompleto guardado dentro de um baú, em uma casa abandonada. Ao abri-lo, eles despertam o boneco Slappy, que surge inesperadamente. Criação do autor R.L. Stine (Jack Black), ele usa os jovens e ainda a irmã de Sonny, Sarah (Madison Iseman), para criar sua própria família de monstros.

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Baseado na popular série de livros infanto juvenis escritas por R.L. Stine, Goosebumps: Monstros e Arrepios (2015) se provou uma grata surpresa ao unir o ator Jack Black com as criaturas apavorantes vistas na obra de Stine, numa produção que homenageava a mitologia contida nos livros do autor e na popular série de tv. O filme de Rob Letterman (Monstros vs. Aliens (2009), O Espanta Tubarões (2004)) continha elementos de terror, sem deixar de ser em essência um filme infantil, evocando clássicos oitentistas como Deu a Louca nos Monstros (1987). A inspirada trilha sonora de Danny Elfman apenas contribuía para o clima de aventura, num pequeno e charmoso filme. É inexplicável, então, que três anos após o criativo primeiro filme, Goosebumps 2: Halloween Assombrado venha – em meio a mais de 62 livros publicados e inúmeros personagens – quase que como um reboot do filme de 2015, destacando-se justamente por sua falta de criatividade quase protocolar.

O novo filme se passa em Wardenclyffe, Estados Unidos, às vésperas do Halloween. Sonny (Jeremy Ray Taylor) e Sam (Caleel Harris) são grandes amigos, que encontram um livro incompleto guardado dentro de um baú, em uma casa abandonada. Ao abri-lo, eles despertam o boneco Slappy, que surge inesperadamente. Criação do autor R.L. Stine (Jack Black), ele usa os jovens e ainda a irmã de Sonny, Sarah (Madison Iseman), para criar sua própria família de monstros.

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O diferencial desta sequência, que deveria ser justamente o fato da mesma se passar no Dia das Bruxas – o feitiço do boneco ventríloquo Slappy traz todas as fantasias e enfeites característicos da data à vida – tem seu potencial desperdiçado, já que o diretor de pouca experiência Ari Sandel e o roteirista Rob Lieber pouco exploram as possibilidades visuais que o evento traria. Pior: demonstrando uma grande insegurança com a mise en scène, Sandel e seu diretor de fotografia Barry Peterson optam por filmar a maioria das sequências onde os monstros aterrorizam a pequena cidade de Wardenclyffe em planos gerais e abertos. No entanto, nem mesmo tal “solução” atinge algum êxito, já que os efeitos especiais – aliados ao mal posicionamento dos figurantes no quadro – dificultam que compreendamos o que se passa na tela, comprometendo, inclusive, o trabalho do departamento de maquiagem que tem a maioria de suas criações ocultadas por criaturas geradas em computação gráfica.

Se tais críticas parecem severas e até mesmo mal intencionadas por complexificar os problemas de uma obra que tem como público-alvo os mais jovens, elas só existem na maior parte porque Goosebumps 2: Halloween Assombrado nunca deixa de soar – ao contrário do charmoso primeiro filme – como um produto preguiçoso e descartável, onde até mesmo o obrigatório núcleo familiar deste tipo de produção parece mais genérico.

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Ainda assim, não se pode dizer que Goosebumps 2 é um desastre, ou até mesmo um filme ruim. Como no filme original (e francamente em todas as mídias exploradas pela série), o destaque fica para o boneco Slappy e sua personalidade perversa que, aliada ao inspirado design do boneco, consegue até mesmo arrepiar de verdade em alguns momentos, e um dos maiores triunfos de Goosebumps (ao lado de séries como Clube do terror) sempre residiu na insistência de seu autor em realmente assustar -com bom humor – os mais jovens. De realizar, de fato, um terror para crianças. Ideias como o ventríloquo humano apresentado nesta continuação – assim como o gancho para um eventual terceiro filme que é interessante e típico da série original – dariam sequência a esta tradição, mas não conseguem ser o suficiente para tirar Goosebumps 2 do lugar comum.

Porque até mesmo o primeiro filme  (e a série de tv) escondia – por trás de seu orçamento limitado e efeitos especiais questionáveis – uma paixão incorrigível pelo Dia das Bruxas e pelas figuras monstruosas popularmente associadas a data, um apego inconsciente aos monstros que nos assustam e  nos divertem. Goosebumps 2: Halloween Assombrado pode até divertir, e está longe de se ruim, mas se há algo que o Halloween nunca deveria ser, é medíocre.

  • Nota
2.5

Summary

Goosebumps 2: Halloween Assombrado não consegue replicar o que fazia o primeiro tão bom, revelando-se uma cópia sem o charme e coração do original.

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