CRÍTICA: PERFECTOS DESCONOCIDOS (NETFLIX)

Perfectos desconocidos é uma comédia da vida privada que merece ser acompanhada.

Ficha Técnica
Direção: Álex de la Iglesia
Roteiro: Álex de la Iglesia e
Elenco: Belén Rueda, Eduard Fernández, Ernesto Alterio, Juana Acosta, Eduardo Noriega, Dafne Fernández, Pepón Nieto.
Censura: 14 anos
Nacionalidade: Espanha, 2017.

 

Um casal convida cinco amigos para jantar numa bela noite de eclipse lunar. Além do casal anfitrião, há mais dois casais e um amigo. Assim, os sete decidem brincar de deixar os celulares à mesa, todos leriam qualquer mensagem que chegasse e atenderiam no viva-voz qualquer ligação. É assim que descobrem que são perfectos desconocidos. Temos nossa trama.

Nos primeiros minutos já nos tornamos íntimos dos protagonistas. A harmonia entre os atores é perfeita e com diálogos rápidos, diretos e pontuais, já nos sentimos à vontade entre eles.

 

 

O enredo se passa todo nesse jantar e a direção foi muito eficaz nos cortes. São muitas falas paralelas, mas que se complementam e vão revelando a vida de cada um deles. A cada tema da conversa, vamos tomando conhecimento do que fazem, gostam, temem e o que os afligem.

Após compor as base de cada personagem, passamos a nos interessar mais ainda pela vida deles. Sobretudo quando o jogo começa. A cada toque de notificação, a sensação de preocupação deles é repassada para nós. Aqui o roteiro é muito inteligente. Comédia, suspense e drama na medida exata.

O longa tem o humor como a base da narrativa, mas o suspense vai surgindo aos poucos quando se descobre que, apesar de amigos de longa data, eles não se conhecem tão bem assim. Segredos são revelados da pior forma e no pior momento possível: na frente de todos.

 

 

Se por um lado há destaque para o roteiro adornado por belíssimos diálogos e uma direção muito eficiente em nos familiarizar com a vida de todos eles, por outro lado o final do filme é o ponto fraco. Toda o clímax dramático foi construído com muito suspense e o produto disso não foi aproveitado no fechamento.

Apesar de o terceiro ato não aproveitar a construção do longa, vale a pena dedicar-se às 1h40m de muitos momentos cômicos com boa crescente dramática.

Indicamos dois filmes excelentes na Netflix:

Kiki: os segredos do desejo e Newness.

Até mais!