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Crítica: The Room (2003)

Ficha Técnica de The Room:

Direção: Tommy Wiseau
Roteirização: Tommy Wiseau
Elenco: Tommy Wiseau, Greg Sestero, Juliette Danielle…
Sinopse: Johnny é um banqueiro bem-sucedido que vive em San Francisco com sua noiva Lisa. Às vésperas do casamento, entediada com a vida que leva, Lisa decide seduzir o melhor amigo de seu companheiro, Mark. Em consequência, a vida de todos mudará.

Nos primórdios do cinema o público ficava encantando com uma simples imagem em movimento; sem muita firula os curtas apresentados pelos Lumière eram fantásticos pelo sentimento que causava no espectador. Com certeza as pessoas que estiveram na sessão de “A chegada do trem na estação” nunca mais esqueceram do susto que tomaram quando o trem passa em frente a câmera e desde então os filmes provocam diversos tipos de emoções, sejam elas boas ou ruins.

Mas criar sentimentos não é tão fácil quanto parece, temos vários exemplos de filmes que são facilmente esquecidos após algum tempo e raramente algum longa consegue impactar tanto seu público ao ponto de ficar marcado no coração do espectador para o resto da vida. The Room (in)felizmente deixa marcas em quem está assistindo e a cada nova cena vai aumentando gradativamente até o grande final. Não por menos The Room é considerado hoje um grande clássico cult, pois realmente é um filme inesquecível.

Seja pela direção de Tommy Wiseau que transpira uma vontade inexplicável de dar sentido as cenas mundanas que nada acrescentam à história principal como as brincadeiras de futebol americano ou as cenas de sexo. Ou pelas atuações mecânicas dos atores secundários que não demonstram qualquer tipo de emoção se diferenciando da estrela principal Tommy Wiseau que interpreta Johnny com tanto movimento nas mãos que por um momento achei que ele estava querendo pousar um helicóptero.

Tudo isso citado anteriormente é apenas o tempero desse prato principal, pois o que faz de The Room um filme perdurável é seu roteiro. Escrito também pelo diretor Tommy Wiseau o script em seu interior é uma grande tragédia digna das obras gregas, mas o que chega até o público é um emaranhado de diálogos desconexos que aos poucos vai flertando com a comédia involuntária chegando ao seu ápice que é a vergonha alheia. Afinal não há como esquecer da excelente passagem no terraço que Johnny vai dá fúria a tranquilidade em questão de segundos.

Então é perda de tempo assisti-lo? Obviamente não. Inclusive todos que amam cinema deveriam assistir a The Room, porque aqui há uma grande declaração de amor a sétima arte. Afinal, um artista sem talento ainda continua sendo um artista e vê-lo produzindo sua arte, acreditando nela e levando-a a sério é uma sensação muito gostosa. O resultado final é o que menos importa pois ainda assim é algo que vamos sempre relembrar.

Por fim, The Room pode ser definido de várias formas: o pior filme de todos os tempos, a maior vergonha alheia do cinema ou o maior lixo que a humanidade já assistiu. Mas prefiro defini-lo de uma outra forma, The Room é aquele desenho de criança feito no pré escolar para o dia das mães/pais que mesmo esteticamente mal feito sabemos que foi executado com amor, carinho e esforço e o colamos na parede com orgulho para nunca mais nos esquecermos de que a paixão nunca pode ser ruim. Oh Hi Mark!

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Resumo

The Room pode ser definido de várias formas: o pior filme de todos os tempos, a maior vergonha alheia do cinema ou o maior lixo que a humanidade já assistiu. Mas prefiro defini-lo de uma outra forma, The Room é aquele desenho de criança feito no pré escolar para o dia das mães/pais que mesmo esteticamente mal feito sabemos que foi executado com amor, carinho e esforço e o colamos na parede com orgulho para nunca mais nos esquecermos de que a paixão nunca pode ser ruim.

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