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Crítica: Jumanji: Bem-Vindo à Selva (2017)

Jumanji: Bem-Vindo à Selva é melhor que o original e oferece uma diversão sincera.

Ficha técnica:
Direção: Jake Kasdan
Roteiro: Chris McKenna, Erik Sommers, Scott Rosenberg, Jeff Pinkner
Elenco: Dwayne “The Rock” Johnson, Karen Gillan, Kevin Hart e Jack Black
Nacionalidade e lançamento: EUA, 2017 (4 de janeiro de 2018 no Brasil)

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Muitos têm na lembrança Jumanji como sendo um filme excelente. Talvez a memória ou o carinho com aquele de 1995 possam trazer uma falsa ideia. O longa entrega uma aventura no máximo ok, mas que no frigir dos ovos é apenas fraca.

A sequência teria que se reinventar para agradar um público novo e trazer a boa nostalgia dos “velhos” dos anos 80/90. A boa notícia: o filme consegue tal feito e tem boas sacadas. A má notícia: ainda é um produto passável.

Agora sai de cena o jogo de tabuleiro característico outrora (em um diálogo que vai irritar os fãs de board games)  e somos convidados a um jogo de vídeo game. A atualização, mesmo com uma desculpa torta, é bem utilizada.

Diversas referências e clichês recheiam esta quase paródia. NPCs (personagem controlados pela inteligência do jogo), a mecânica de “vidas”, além de missões e fases estão presentes no novo Jumanji. É louvável o entendimento dos realizadores do universo gamer.

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Tudo isso poderia ser apenas uma perfumaria se o elenco não segurasse a divertida aventura. Dwayne “The Rock” Johnson, Karen Gillan, Kevin Hart e Jack Black são as pedras fundamentais aqui. Carisma é a palavra.

Mesmo Kevin Hart sendo pouco além de Kevin Hart ele tem bons momentos ao explorar as limitações do personagem ou de ter um poder pouco heroico. Karen Gillan pode desagradar as feministas, mas usa bem o corpo na dança-luta e tem a melhor cena de ação nesse sentido.

Contudo, os talentos mesmo são The Rock e Jack Black. O primeiro usa a intensidade no olhar como ferramenta para os outros (e o público) rirem do clichê, além de protagonizar uma ação mais física – afinal, é o The Rock – em contraponto a figura humana por trás daquele avatar. Já Jack Black interpreta uma personagem cuja origem é uma garota “patricinha”. E ele dá vida melhor que a atriz que o antecedeu, rendendo as melhores piadas do filme.

Por falar em clichê, Jumanji tem sim uma estrutura formulaica, porém em algumas passagens dá um passinho além e até surpreende. Não espere aqui uma diversão refinada. Mesmo sendo um humor bobo, contudo, agrada e tem um bom grau de eficácia.

Alguns personagens poderiam ser melhor aproveitados, como o vilão e o guia que apresenta o universo. O primeiro gera uma ameaça sem um grande perigo, dificilmente você vai temer pelos nossos heróis e o segundo poderia ter uma participação mais presente. As oito mãos no roteiro deixam a desejar em desenvolver a totalidade daquele potencial.

A aventura das fases do jogo poderia ser mais complexa e menos espaçada, além do que a coisa demora um pouco para acontecer. Há um problema temporal no terceiro ato que me deixou com um pé atrás, apesar de render uma cena bonita e engajante.

Enfim, Jumanji: Bem-Vindo à Selva é uma diversão passageira e cumpre o que se propõe. O “problema” (e você pode ou não considerar isso um problema) é que se propõe a muito pouco.

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  • Nota Geral
3

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