ROCHA)S( #14 - Olhares entre o CINEMA e a TV
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ROCHA)S( #14 – Olhares entre o CINEMA e a TV.

“O cinema, perdeu um pouco de importância em relação, especialmente, à televisão, às séries…”
“… a inteligência criativa do audiovisual migrou para as séries…”

 

Nas palavras do cineasta porto-alegrense Jorge Furtado, em entrevista concedida ao Jornal O POVO no dia 18 de junho, isso resulta em um processo de regressão.

Hoje “a utilização de uma linguagem cinematográfica na narrativa de novelas e séries” é um discurso recorrente das emissoras de TV.
A cada nova superprodução lançada a influencia do cinema se mostra mais forte. Podemos citar como exemplos: os filtros marcantes da nova versão de “O Rebu” (2014 – Globo), a câmera nervosa de “Amores Roubados” (2014 – Globo) e os enquadramentos nada convencionais de “Plano Alto” (2014 – Record).

 

Esse fluxo migratório, mais comum no mercado norte-americano (se analisarmos a quantidade de séries assinadas por grandes cineastas, a escalação mais frequente de atores e atrizes consagrados de Hollywood e a produção de um número cada vez maior de temporadas), além de provocar um êxodo de profissionais, deu ao gênero uma importância artística, cultural e econômica que abre um novo viés de análise entre a relação TV X CINEMA.
As séries, e as plataformas de exibição on-demand (como o Netflix, HBO Play, NET Now etc…) são uma realidade na indústria audiovisual, e já disputam diretamente o público da televisão.

 

“... a TV é uma mídia poderossíma e as pessoas querem ver.” 

No mercado brasileiro, enquanto essa cultura do consumo de séries ainda é ensaiada, a TV continua a exercer uma influência considerável na indústria de filmes nacionais. Como destaca Furtado, ao falar de Xuxa e dos Trapalhões (produtos da mídia televisiva e grandes sucessos do cinema nacional nos anos 70 e 80).

O poder persuasivo da televisão, é refletido, por exemplo, na lista de filmes brasileiros de maior bilheteria.
4º lugar – “Se eu fosse você 2” (2009) – 6.112.851
5º lugar – “O Trapalhão nas Minas do Rei Salomão” (1977) – 5.786,226
8º lugar – “Os Saltimbancos Trapalhões” (1981) – 5.218.478
9º lugar – “Os Trapalhões na Guerra dos Planetas” (1981) – 5.089.970
10º lugar – “Os Trapalhões na Serra Pelada” (1982) – 5.043.350

(fonte: UOL CINEMA – http://cinema.uol.com.br/album/filmes_brasileiros_que_tiveram_maior_publico_album.htm#fotoNav=10)

 

Dos 10 filmes mais assistidos, 05 são comédias, sendo 04 títulos da franquia de Renato Aragão e sua trupe, e 01 a sequência de uma comédia contemporânea, que quatro anos depois ganhou uma versão seriada para o canal de TV a cabo FOX.

Podemos refletir em torno desses questionamentos, a partir da análise de uma entrevista dada pelo ator e diretor Paulo José, ao jornal O GLOBO, no dia 09 de março deste ano. Em um tom crítico, ele faz um breve raio X do cinema e seus por menores.

 

“Parece que os diretores descobriram o macete de transformar um roteiro incipiente num filme medíocre, uma história banal conduzida por personagens igualmente banais”.

Artifício exemplificado na repetição temática de boa parte das películas que entram em cartaz, especialmente as que possuem o selo da Globo Filmes (“Crô”2013, “Giovanni Improtta”2013, “Se Eu fosse você 1 e 2”2006/2009…). A produção de filmes com roteiros adaptados de séries e personagens populares dos folhetins, é uma extensão televisiva cada vez mais ascendente e rentável.

Sua crítica continua, agora em cima do intercâmbio de atores e suas escalações nos filmes.

“Há uma mistura ótima para o sucesso: atores e atrizes da TV fazendo caretas nas cenas de riso, vertendo lágrimas nas de emoção. Ainda há quem faça cinema por necessidade de expressão, mas são poucos”.

 

A aspa final do “veterano de guerra” evidencia mais um traço dessa interferência. A necessidade da industria em cativar o público e traduzindo-o em sessões lotadas, faz com que os critérios de escalação do elenco perpassem uma série de fatores.

O íntimo de cada expressão artística deságua em uma frequência de paradoxo. Em uma televisão cada vez mais “parecida” com o cinema, em um cinema cada vez mais aberto aos mecanismos televisivos, e vice-versa.

 

O produto final é precioso em sua ESTÉTICA. Um convite tentador à ENTREGA PLENA. Em uma SEDUÇÃO que pulsa pelo olhar profundo e revelador de uma câmera.

 

Para ver essa arte, outras ilustrações, foto-montagens, colagens, e conhecer o trabalho da Adriana Lisboa:

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