Desta vez, a franquia parece caminhar ainda mais para bons resultados. Enquanto Ruper Wyatt cometeu algumas falhas no desenvolvimento de “Planeta dos Macacos: A Origem”, desta vez o novo diretor Matt Reeves (Cloverfield – Monstro) consegue trazer não apenas um senso de urgência muito maior em “Planeta dos Macacos: O Confronto”, como também se aprofunda nas diversas relações entre personagens e ambiente.
“Planeta dos Macacos: O Confronto” segue contando a história de Caesar, que agora vive com um grande grupo de outros macacos em uma espécie de “acampamento” nos arredores de São Francisco. O longa lembra aos espectadores que o mundo foi assolado por um vírus devastador, chamado de “gripe símia”, que acaba matando uma grande quantidade de pessoas no mundo todo. No entanto, um grupo de humanos que vive agrupado em São Francisco acaba se confrontando com os macacos devido à possibilidade de recuperar o funcionamento de uma usina hidrelétrica na “terra dos símios”.
Há diversos trunfos que o longa conquista durante a projeção. Um dos maiores é, certamente, o fato de se aprofundar devidamente nos personagens principais. Podemos entender a situação do patriarca símio ao ver sua esposa sofrer, ao ter que educar seu filho e ao ter que liderar um grupo que tem indivíduos com tendência à intolerância. As histórias dos personagens vividos por Jason Clarke, Gary Oldman e Keri Russell são mostradas de forma a que possamos entender suas motivações, e o mesmo ocorre com Blue Eyes, o filho de Caesar, e Koba, interpretado de forma intensa por Toby Kebbell.
Em tempos de guerra entre povos que infelizmente assistimos, em que um é frágil e o outro possui alto potencial bélico, este “Planeta dos Macacos: O Confronto” nos ajuda a pensar no início das desavenças entre povos e na forma como a paz pode ser alcançada. E o longa faz isso sem qualquer tipo de julgamento quanto a culpados, apenas destaca que há seres maus e seres bons, independente dos povos aos quais pertencem.
Em certo momento da projeção, Caesar diz que seu então amigo Koba nunca conheceu o amor de um humano, e por isso só conseguia odiá-los. Neste momento, pensando em todas as questões suscitadas até então, só consegui me lembrar da famosa frase de Nelson Mandela: “As pessoas certamente aprendem a odiar. E se podem aprender a odiar, podem ser ensinadas a amar, já que o amor surge de forma mais natural no coração das pessoas”.