Crítica: “The Grand Hotel Budapest” de Wes Anderson
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Crítica: “The Grand Budapest Hotel”, de Wes Anderson

O gerente de um famoso hotel conta com a ajuda de seu mensageiro para se provar inocente em um assassinato e recuperar a sua herança. Quando eu li a sinopse achei se tratar de um filme de suspense, mas aí eu vi o diretor e sabia que risadas vindas de lugares inesperados viriam.

The Grand Budapest Hotel

“The Grand Budapest Hotel” (O Grande Hotel Budapeste) é um filme escrito e dirigido por Wes Anderson, produzido em parceria entre a Alemanha e Inglaterra. A história se passa principalmente no período entre as duas guerras mundiais em um país fictício chamado “Republic of Zubrowka” (filmado totalmente na Alemanha),e gira em torno de Monsieur Gustave H, o rígido e eficiente gerente do grandioso Hotel Budapeste, mas é narrado em primeira pessoa pelo lobby boy, e posteriormente dono do hotel, Zero Moustafa.

O começo do filme talvez seja um pouco confuso, já que começa nos dias de hoje, com uma menina em frente à estátua do Autor, lendo um livro. Corta para o Autor narrando a história que o levou a escrever tal livro, nos levando para a década de 1980, onde conheceu o então dono do hotel. Zero então nos leva para 1932 para contar sua história com M. Gustave. Todavia, não deixa de ser leve e envolvente. A história traz à tona nossa empatia, como se estivéssemos escutando umas daquelas estórias de avô, em que rimos sempre nos momentos errados, e que não deixam de ser fabulosas por isso. E como eu já disse no meu texto anterior, a narração em 1ª pessoa nos ajuda com isso.

Não só a narração do filme nos suga para a narrativa, mas também os lances de câmera, com os mesmos enquadramentos na maior parte do tempo, o abuso do uso do travelling (a câmera “andando”), as panorâmicas (termo do audiovisual para quando a câmera gira em seu próprio eixo para mostrar outro lado da cena), em outras palavras, a câmera está em movimento constante. Outra estratégia do filme é colocar a câmera como o ponto de vista do personagem, tendo muitas cenas de mãos por exemplo.  Essas estratégias combinadas são utilizadas para nos sentirmos como o espectador invisível dentro da cena. E funciona.

Travelling I

Travelling II

Panoramic

A fotografia é linda e super colorida, mesmo o filme sendo um eterno inverno, pode-se ver muito rosa, laranja e vermelho. Cores quentes que combinam com que o filme quer passar e com a identidade do diretor, assim como Anderson fez em Moonrise Kingdoom. Até nas cenas da cadeia são extraídas cores e contrastes entre elas.

Apaixonada por esse trabalho de fotografia

Assim como a fotografia e os doces do Mendls, o elenco também é um deleite para os nossos olhos. Desde o protagonista até a aparição mais rápida são um banho de excelentes artistas e intérpretes: Ralph Fiennes, Tony Revolori, Adrien Brody, Willem Dafoe, Saoirse Ronan, Edward Norton, F. Murray Abraham, Jude Law, Bill Murray, Tilda Swinton, Owen Wilson, entre outros.

As risadas que vêm com o filme são nos momentos mais inesperados, como quando o Autor é interrompido da sua seríssima narração por seu pequeno filho. Ou quando M. Gustave está no caixão e conversa sobre dicas de beleza com ela.

Ou a estada do gerente que sempre se perfuma na prisão.

  

  

Não é o filme que você vai rolar de gargalhar, mas certamente se sentirá mais leve se livrando do peso das risadas presas dentro de você. É um filme para se assistir com o namorado, ou com sua irmã, ou com aquele amigo que você não vê faz oito meses. Ou todo mundo junto. Sem ninguém pode também. Em suma, assiste sem medo que eu garanto uma risada ou duas.

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