O filme mostra o planejamento e as conseqüências de um assalto mal sucedido a uma joalheria. O grupo de bandidos descobre que um deles é um policial infiltrado e a partir de então começam a buscar por respostas.
A ordem não cronológica dos fatos é especialmente importante para causar o impacto das revelações. Cortes rápidos nos levam a montar, aos poucos, o quebra cabeça de um assalto mal sucedido. Conforme vamos sendo apresentados aos personagens, entendemos seus objetivos na empreitada que eles tem juntos, e entendemos ainda mais suas atitudes. É interessante como Mr. White não tem flashbacks que remontem sua origem, mas podemos entender, pelos diálogos, que ele é bastante próximo do “chefe” Joe Cabot, e é um veterano do crime. Sua amizade com Mr. Orange demonstra que ele tem um mínimo de compaixão, ao contrário dos outros, especialmente daquele que não tem compaixão sequer para dar um dólar de gorjeta no restaurante.
Também é interessante pensar naquilo que Cães de Aluguel não conta. Ele não conta os motivos do roubo da joalheria, e nem o que seria feito, efetivamente, com os diamantes roubados. A informação não interessa. Interessa apenas saber quem traiu o grupo e como o impasse vai se acabar.
Cães de Aluguel é um ótimo exemplo de como um bom diretor não precisa produzir filmes medianos para ganhar maturidade. Afinal, Quentin Tarantino mostra sua inteligência e talento já em seu primeiro longa metragem.
Nota: 3 claquetes