7 Filmes Nacionais na Netflix Que Talvez Você Não Conheça
Cinema Nacional

7 Filmes Nacionais na Netflix Que Talvez Você Não Conheça

Veja aqui algumas dicas interessantes de produções nacionais disponíveis na Netflix

O cinema nacional é muito rico. Mas infelizmente não temos acesso a maioria dos filmes nacionais de qualidade. A maioria deles estreiam em circuito limitado, e ficam 1 semana em cartaz. Outros ficam restritos aos festivais, e não chegam ao grande público. Mas o que você talvez não saiba é que a Netflix tem um acervo interessante de filmes nacionais. O canal de streaming na opção Filmes Brasileiros” possui um catálogo que vai desde de sucessos de bilheteria como Cidade de Deus, Cazuza e Tropa de Elite, a filmes que ficaram restritos a festivais e em circuito limitado.

Nessa lista você vai encontrar 7 filmes nacionais que estão disponíveis na Netflix. São filmes que embora não sejam conhecidos do grande público, mas vale muito a pena conferir.

Então pega seu caderninho e anote aí essas dicas imperdíveis para quem ama a Netflix e o cinema Nacional.

A Máquina: O Amor é o Combustível (2005)

Esse filme, dirigido por João Falcão, é uma fábula do sertão nordestino. A história gira em torno de Antônio (Gustavo Falcão). Um jovem que mora na cidade de Nordestina, que de tão pequena nem existe no mapa. Os habitantes da cidade aos poucos vão indo embora para descobrir “O Mundo”. Quando o grande amor da sua vida, Karina (Mariana Ximenes), decide sair de Nordestina para conhecer “O Mundo”, Antônio decide fazer de tudo para não permitir que seu amor se vá.

O filme é uma mistura de ficção e romance. Usando muitos efeitos práticos, a produção é uma fábula do sertão nordestino. Tudo é caricato, surreal e lírico. Lembra muito as histórias de cordel. E por trás de um romance poético e muita fantasia, o filme ainda trás uma crítica social abordando a desigualdade e o avanço tecnológico. O filme tem um ar teatral com direção de arte, fotografia e cores que lembram uma peça de teatro. O filme é divertido, romântico e ainda te faz pensar sobre a vida, sobre a persistência, o amor e as nossas perspectivas. Um filme que vale muito a pena, nem que seja para ver o grande Paulo Autran em um dos seus últimos trabalhos.

PS: Esse filme sairá do Catálogo da Netflix dia 15/12/2017. Então aproveitem os últimos dias do filme na Netflix.

Saneamento Básico (2007)

Saneamento Básico é um filme de Jorge Furtado de 2007. Ele retrata a luta de moradores para a construção de uma fossa, na fictícia cidade de Linha Cristal, na Serra Gaúcha. Mas não existe verba para a obra. A prefeitura dispõe de R$ 10.000,00, dinheiro esse que deve ser usado para a produção de um filme. Eles então resolvem criar um filme, com o mínimo possível e usar o restante para fazer a obra de saneamento.

O filme é uma comédia com momentos hilários, como por exemplo a primeira cena de Silene Seagal. O roteiro, escrito por Jorge Furtado, mistura elementos de humor com toques de crítica social, pouco visto no cinema nacional. Com elenco de peso que inclui Fernanda Torres, Wagner Moura, Camila Pitanga, Paulo José, Tonico Pereira e Lázaro Ramos, o filme usa de metalinguagem para mostrar o quão difícil é filmar no Brasil. Misturando humor, critica social, elenco afinado, humor ácido e sarcástico, Saneamento Básico é um dos melhores filmes feitos na década passada no país. Pena ter chegado a poucos cinemas na época. Mas mesmo dez anos depois o filme ainda é relevante e atual.

VIPs – Histórias Reais de um Mentiroso (2010)

Não, esse não se trata do filme VIPs de Toniko Melo e estrelado por Wagner Moura. O filme em questão se trata do documentário dirigido por Mariana Caltabiano. O documentário é um misto de entrevistas, animações e imagens de arquivos, mostra a história de Marcelo Nascimento da Rocha. Um golpista que levou uma vida repleta de golpes e mentiras. Sendo o mais famoso deles o ocorrido no Recifolia, quando se passou pelo filho do dono da Gol, e chegou até dar entrevista para TV à Amaury Jr.

Esse documentário, lançado no Festival do Rio de 2010, foi baseado no livro homônimo escrito pela diretora e lançado em 2005. O documentário foi feito tendo como base as 12 horas de entrevista que a diretora fez com o golpista. Ela intercala animações, entrevistas com o próprio Marcelo, algumas vítimas e seus familiares. Com uma trilha sonora animada, o documentário se torna leve e por vezes engraçado. O ponto alto se dá quando a famosa entrevista para Amaury Jr. é mostrada. O filme não chegou aos cinemas. Ele foi lançado diretamente em DVD na mesma época que em VIPs estreou nas salas de cinema, e eles se completam. Enquanto VIPs temos uma versão ficcional com um final diferente, em VIPs – Histórias Reais de um Mentiroso descobrimos realmente o que aconteceu.

Branco Sai, Preto Fica (2014)

Em um tiroteio em um baile de black music na periferia de Brasília dois homens saem feridos. Suas vidas ficam então marcadas para sempre. Ao mesmo tempo um terceiro homem vem do futuro para investigar o que aconteceu e assim provar qua a culpa é da sociedade repressiva.

Dirigido por Adirley Queirós, Branco Sai, Preto Fica é um filme que contém um forte discurso político. Isso já começa no título do filme. Branco Sai, Preto Fica é a frase dita pelos policiais durante a ocorrência no baile. Logo de cara o problema do racismo e da segregação da periferia, tão comum na capital federal e em todo o Brasil, fica claro. O filme é ousado ao criar uma fábula de ficção científica e fantasia tão real que chega a assustar. O que vemos é praticamente a realidade da periferia e do que é ser negro no Brasil. Embora não seja um filme fácil seja pelo ritmo ou pela mistura de gêneros. Branco Sai, Preto Fica é um filme importante que merece ser visto, se não pela obra em si, então pela crítica social existente no filme.

Chatô, o Rei do Brasil (2015)

Baseado no livro homônimo, Chatô, o Rei do Brasil, é a cinebiografia de Assis Chateaubriand (Marco Rica). Conhecido como Chatô, ele foi um magnata paraibano responsável por trazer a TV para o Brasil. Tomando como ponto de partida o momento em que ele sofre uma trombose em 1960, o filme relata a história de Chatô  como se ele estivesse sendo julgado em um tribunal na TV.

A produção de Chatô é quase um filme. Guilherme Fontes comprou os direitos do livro na em meados da década de 90. Em 1995 ele começou a produzir o filme, mas 4 anos depois a produção parou. Em 2008 o caso foi parar na justiça. Depois de uma longa batalha judicial, o diretor foi condenado a pagar mais de R$ 80 milhões. E finalmente o filme estreou, 20 anos depois. Alguns atores nem puderam ver o filme pronto. Como é o caso de José Lewgoy (falecido em 2003) e Walmor Chagas (falecido em 2013). Mas o filme agradou a crítica. E embora Chatô, o Rei do Brasil não seja o melhor filme da história, nem o melhor da década, ele merece ser visto. Nem que seja para poder ver o resultado de um trabalho que demorou 20 anos para ficar pronto.

O Último Cine Drive-in (2015)

Marlonbrando (Breno Nina) é obrigado a voltar para Brasília por conta da doença de sua mãe (Rita Assemany). Ao voltar, ele reencontra seu pai (Othon Bastos) que é dono de um cine drive-in, o último da cidade. O cinema não faz mais sucesso como na década de 70, mas ele insiste em mantê-lo aberto. Com a ameaça da demolição do Cine Drive-in e o agravamento da doença de sua mãe, pai e filho se unem para tentar reviver o passado.

O Último Cine Drive-in é antes de tudo uma verdadeira declaração de amor ao cinema. Nos 100 minutos do filme  vemos a metamorfose que ocorreu, e ainda ocorre, na forma de se exibir e assistir filmes. Vemos uma luta entre o clássico e o moderno. Entre o passado e o futuro. Embora tenha erros o filme é uma verdadeira ode ao cinema. E consegue aproveitar bem a capital federal como plano de fundo. Como disse Lucas Salgado do site Adoro Cinema em sua crítica do filme: “…a verdade é que estamos diante de um romance. Mas um romance diferente, sem beijo. Um romance pelo cinema.”

Fala Comigo (2016)

Diogo (Tom Karabachian) tem um estranho fetiche: ele sente prazer ao ligar para as pacientes de sua mãe, Clarice (Denise Fraga), que é terapeuta. Certo dia, ele liga para Ângela (Karine Teles), uma mulher de 43 anos que acaba de se separar do marido. Os dois iniciam uma complicada relação pelo telefone, repleta de curiosidade e de silêncio.

Fala Comigo é o filme nacional mais recente do catálogo da Netflix. Grande vencedor do Festival do Rio do ano passado, o filme estreou no circuito comercial em julho desse ano e desde outubro está disponível na Netflix. O filme é cheio de dilemas sociais, existenciais e sociológicos. Abordando o tabu do relacionamento entre uma mulher adulta e um adolescente. Sem cair nos clichês de filmes americanos, o filme aborda o assunto de forma explícita, sem nunca se tornar vulgar. Com um elenco brilhante e diálogos espontâneos, o filme é um belo trabalho de Felipe Sholl, que em seu terceiro filme mostra uma madureza surpreendente.

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