As 5 Coisas que Decepcionaram em Guardiões da Galáxia Vol.2
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As 5 Coisas que Decepcionaram em Guardiões da Galáxia Vol.2

Guardiões da Galáxia Vol. 2 é um dos filmes mais aguardados de 2017 e que poderia salvar o mês de abril – até agora o mais fraco de produções no ano. O primeiro longa, em 2014, é considerado um dos melhores filmes do universo cinematográfico da Marvel, para mim é o melhor. Com o surpreendente sucesso, era mais que natural uma sequência e eis que ela finalmente chegou às telonas. Contudo, muitas coisas me decepcionaram nele. Sem spoiler vou comentá-las aqui.

Confira também a crítica do Cauê Petito, onde ele traz também os pontos positivos e tem uma visão mais otimista que a minha sobre Guardiões Vol. 2

Humor Autorreferente

Vai parecer contraditório mas sim: você vai rir em Guardiões da Galáxia Vol. 2. Talvez muito. Diversas gags funcionam e algumas o público gargalha tão alto que até perdemos a fala seguinte. Então como isso pode ser um problema? As piadas seguem a mesma toada do filme passado: o humor é basicamente em relação à dinâmica entre o heterogêneo grupo. Fica samba de uma nota só. Além disso, muitas vezes pensamos: “vai ter uma piada em 3..2…1…”. Antevemos quando e o que vai acontecer e isso, em relação ao humor, é algo bem problemático. A muleta do “eu sou o Groot” cai nessa conta, mas a crítica não se limita a ela. E sim, o trailer entrega alguns dos melhores momentos nesse sentido, quem puder evitá-los terá uma experiência melhor.

RESOLUÇÃO DOS PROBLEMAS

O forte da franquia não é o roteiro. E nem precisa ser. Quem vier para cá esperando um Spotlight terá grandes problemas. Ainda assim, um pouco de trama faz bem. A premissa aqui é quase nula, o desenvolvimento dela passa batido e o pior: a resolução é simplória demais. Quando a grande coisa acontece o “era só isso?” vem à mente. Diferente de um Deadpool que o mote mais micro fazia sentido, aqui a coisa macro soa clichê e repete os mesmos problemas de outrora – principalmente na motivação do vilão. O senso de urgência não é sentido e nunca tememos pelos nossos (anti)heróis.

FALTA DE RITMO

Um dos grande méritos de Guardiões da Galáxia de 2014 era o ritmo. Tudo lá funciona: a mescla de ação e humor, a transição das cenas, apresentação dos personagens… Muitos não repararam nesse ponto, mas sem uma pegada correta o longa iria ruir. E é exatamente o que ocorre aqui. Repare na cena de batalha do prólogo, ela é bem mais esticada do que precisava – o que faz com que o filme demore a pegar no tranco. Por vezes a dosagem entre as piadas e os momentos mais intimistas não funciona. Alguns arcos sobram e estão lá para preencher um espaço da ausência de história dita anteriormente, o que prejudica o andamento e a fluidez do todo.

AS CENAS PÓS-CRÉDITOS

Quando foi anunciado 5 cenas pós-créditos muita gente vibrou ou no mínimo desperou uma curiosidade. O efeito na prática é o oposto do esperado: ao invés de impactantes, elas saturam. No fim, pelo menos mantém a coerência com o filme: uma ou outra piadinha e pouco a dizer de fato. As cenas transitam entre o óbvio e o fan service (cabe um mea culpa: se é pra ter fan service que seja na cena pós-crédito, assim não atrapalha o corpo do filme). Algumas piadas com as letras que sobem nos créditos funcionam mais do que as cenas em si….

MAIS DO MESMO

Chego no mais grave e mais polêmico dos itens. Muitos irão defender que já que a fórmula funcionou então nada mais justo que repeti-la. Já penso diferente: chamo isso de preguiça. Os responsáveis montaram em cima do que cativou o público e não trouxeram praticamente nada de novo. A coisa aqui é toda familiar. Familiar nos dois sentidos: da trama falar muito sobre relações parentais, em diversos níveis, e de ser mais do mesmo. Os arcos dessas relações familiares são calcados no clichê. Mas o principal: não há coragem de ir além. Ousadia que vimos no filme anterior de colocar ladrões como protagonistas e encher a tela de carisma com um guaxinim e uma árvore, aqui não se faz presente. Senti uma necessidade deles se reinventarem, coisa que realmente passou longe. A tua boa vontade com o filme será definida muito por isto: você se contenta com o que já teve antes?



Este texto teve o objetivo de apontar as coisas que me decepcionaram, isso não quer dizer que Guardiões da Galáxia Vol. 2 não tenha méritos. Inclusive se eu fosse dar uma nota seria um 6,5, ou seja, mais positiva que negativa. Destaco especialmente a nova personagem que tem poderes bem peculiares, a Mantis (Pom Klementieff), espero que ela seja melhor explorada no terceiro filme. 

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