Festival de Sundance 2017 - Dia 2 #ConexãoSundance - Cinem(ação): filmes, podcasts, críticas e tudo sobre cinema
Foto: Ryan Kobane - Festival de Sundance 2017 - Dia 2
Conexão Sundance

Festival de Sundance 2017 – Dia 2 #ConexãoSundance

No segundo dia do festival de cinema independente mais importante do mundo, Maurício Costa comenta quatro filmes do Festival de Sundance 2017 – Dia 2.

 

Festival de Sundance 2017 – Dia 2:

An Inconvenient Sequel: Truth to Power

Como era de se esperar, Al Gore foi ovacionado na exibição do filme, que ocorreu no mesmo dia da posse de Donald Trump na presidência do país. Segundo o crítico, trata-se de um documentário bem feito, com imagens muito difíceis de se fazer, como mostrar o derretimento das calotas polares via helicóptero. Didático, o doc gira em torno do Al Gore e mostra as negociações em torno da COP21, e o papel que Al Gore teve no momento. Segundo Maurício Costa, foi um momento muito interessante do filme por mostrar a dinâmica dos líderes dos países. Trata-se de um documentário de causa, que não precisa mostrar outro lado, mas tem uma trilha sonora intrusiva, que acaba exagerando no tom. O filme já começa a ser “front runner” para o Oscar 2018.

 

Novitiate

Com o título que se refere às noviças, o filme constava nas principais “hot lists” de Sundance. Está disputando na mostra competitiva dramática de filmes norte-americanos. Ele fala sobre uma adolescente nos anos 1960, que decide se tornar freira quando ocorre o Concílio Vaticano II. É um filme lento, e que acaba sendo prejudicado por não se concentrar tanto na protagonista. Segundo Maurício Costa, a protagonista acaba ficando de lado quando o filme decide mostrar os dilemas das outras noviças. Isso acaba consumindo um tempo desnecessário. Quando ele volta a se concentrar na protagonista, ele volta a ficar interessante. O crítico conta que direção e atuações são excelentes. A direção de Margaret Bretts é excelente, bem como a atuação das atrizes Melissa Leo e Margaret Qualley estão fantásticas. “Não dá para acreditar que elas não são ou não foram freiras ao longo da vida”, afirma. Maurício aponta que o roteiro é previsível, com diálogos expositivos, e o ponto mais fraco do filme. No geral, a fotografia e o jogo de câmera são inteligentes ao transmitir a angústia e o processo de “casamento com Deus” pelo qual as freiras passavam, e tem sequências memoráveis relacionadas a autossacrifício e outras coisas que ocorriam no ambiente.

 

Axolotl Overkill

O filme alemão de Helene Hegeman, da mostra competitiva de dramas estrangeiros, tem uma premissa maluca. Conta a história de uma adolescente que vive em uma família em que todo mundo tem distúrbios psiquiátricos, exceto ela. Ao mesmo tempo, ela se torna anormal naquele ambiente. O filme foi ousado na montagem e na estrutura narrativa ao colocar cenas absurdas que inserem o espectador na situação dos personagens. Maurício cita um exemplo: quando aparece um pinguim na casa deles, ninguém sabe de onde veio o animal, e nós não sabemos que ele foi uma pegadinha de alguém ou se é uma alucinação. Mas o crítico afirma que a ousadia do filme foi excessiva, porque os personagens ficam mal desenvolvidos, apesar de as atuações serem muito boas, incluindo a protagonista. O roteiro não ajuda, e ficamos perdidos. Apesar disso, o filme é engraçado em suas cenas absurdas e tragicômicas, mas não passa muito disso.

 

Killing Ground

O filme australiano dirigido por Damien Power é de terror e está na mostra de filmes de terror. A premissa é básica e mostra um casal indo acampar onde há uma dupla de psicopatas que toca o terror no lugar. Se o início parece algo clichê, ele não é. É claro que há clichês básicos do gênero, como conta Maurício, mas eles são bem utilizados. A melhor decisão está na forma de montar a trama. O longa não é montado de forma cronológica, pois mostra cenas que aconteceram em momentos diferentes, como se fossem ao mesmo tempo. No começo, o filme se arrasta um pouco para mostrar que isso está acontecendo, mas no momento em que a audiência percebe, tudo se encaixa, e o filme fica melhor. A partir do momento em que a ação engrena, ele fica muito perturbador, e seus desdobramentos não são muito convencionais, com plot twists. É um filme violento, mas sem ser gore, e mesmo sendo com pouco orçamento. O desfecho não é o esperado se comparado a um filme de terror “clássico”.

https://www.youtube.com/watch?v=1Oa7xfP8iJs&t=4s

 

Sundance 2017 – Dia 2: Participam da cobertura do Festival de Sundance 2017 os seguintes sites e canais: Razão:de:Aspecto, Cinem(ação), Conacine, Cine Drive Out, Pós-Créditos e Correio Braziliense.

 

Acompanhe a cobertura completa do Festival de Sundance 2017:
Dia 1
Dia 3
Dia 4
Dia 5
Dia 6

Deixe seu comentário