24º Festival de Curtas Vila do Conde - Cinem(ação): filmes, podcasts, críticas e tudo sobre cinema
Cinema Mundial

24º Festival de Curtas Vila do Conde

Em julho desse ano tive a oportunidade de presenciar o 24º Festival Internacional de Curtas da Vila do Conde, em Portugal, e foi muito bacana! Não sei porque não escrevi sobre isso antes, mas o que vale é que estou escrevendo agora né? Entre 09/07/16 à 17/07/16, Vila do Conde expôs diversos tipos de curta-metragem, nacionais e internacionais, compondo um festival completamente cinéfilo. Eu consegui participar de algumas sessões, onde alguns curtas me atraíram muito, e outros nem tanto. Mas o mais legal foi que dois curtas que me marcaram bastante estiveram entre os vencedores do festival, e vim contar para vocês um pouquinho de cada um.

António, lindo António (França/Portugal, 2015, 42 minutos)

Documentário de Ana Maria Gomes, que ganhou na categoria de Melhor Filme Nacional. A história gira em torno do tio de Ana Maria Gomes, o lindo António, que emigrou para o Brasil há 50 anos e nunca mais regressou à Portugal, deixando sua família completamente sem notícias. Assim, Ana Maria relata em seu documentário os sentimentos das pessoas que ficaram na aldeia em Portugal, focando principalmente em sua avó, mãe de seu tio António. Ela também expõe as condições precárias do cotidiano de sua avó na simples aldeia (que imagino ser um lugar bem característico, uma vez que é bastante difícil entender o português das pessoas que vivem lá) e o ressentimento da família em relação a António, e acaba por viajar até o Brasil para tentar encontrar seu tio. Os familiares tentam encontrar uma razão para a ausência de António; razão que também incomoda os espectadores, que acabam criando suposições no decorrer do curta. Como uma pessoa pode fugir para outro país e deixar para trás sua família tão humilde e carente? É uma obra tocante e comovente, que narra uma história real, e cuja trama existe há 50 anos, sendo inspiradora para a realização do curta. Ana Maria se emocionou com a história de sua avó, que esperou por muito tempo o filho regressar à sua casa, até que começou a criar uma mágoa dentro de si, e fechou-se em um mundo onde quase não há mais expectativas. “António, lindo António” foi um merecido vencedor, pois Ana Maria fez um belo trabalho para si mesma e para sua avó, a principal homenageada no curta.

 

Uma Breve História da Princesa X (A Brief History of Princess X, França/Portugal, 2016, 7 minutos)

Completamente diferente de “António, lindo António”, essa produção de Gabriel Arantes é carregada por uma atmosfera cômica, e foi vencedora na categoria Competição Nacional – Prêmio “BLIT” – Melhor Realizador Português.  A Princesa X é uma escultura um tanto peculiar do artista Constantin Brâncuşi, que possuía o objetivo de retratar o busto da princesa francesa Maria Bonaparte, sobrinha de Napoleão Bonaparte. Entretanto, a escultura é um grande falo de bronze (sim, uma imagem do órgão reprodutor masculino). Assim, Gabriel Arantes viaja em seu curta, desde o início da criação da obra de Brâncuşi e do modernismo, até o estudo da sexualidade, arrancando risadas de seus espectadores. “Uma Breve História da Princesa X” é um curta bastante leve com componentes históricos, e acaba passando mais rápido que 7 minutos. Infelizmente, não consegui encontrar um teaser desse curta-metragem, mas deixo a imagem da escultura para vocês!

princess-x-brancusi

Entre outros curtas que vi, também indico a animação “Fim de Linha” (de Paulo D’Alva e António Pinto) e o curta “El Edén” (de Andrés Ramírez Pulido), caso tenham a oportunidade de assistir!

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