Sonho ou realidade: O Labirinto do Fauno
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Eu Cinéfilo #23: Sonho ou realidade: O Labirinto do Fauno

Confira o artigo sobre “O Labirinto do Fauno“, longa de Guillermo del Toro que já completou 10 anos

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Existem diversas formas de se ver a vida, há os que vejam o copo meio cheio, outros o veem meio vazio, há aqueles que a vejam em preto e branco, outros fantasiam a vida para torná-la menos penosa e mais fácil de se viver. O que dizer das crianças? Com sua imaginação fervilhando, elas são capazes de criar amigos imaginários e se abstraírem totalmente dos acontecimentos que as cercam. Esse é o caso de Ofélia, protagonista do filme “O Labirinto do Fauno”, longa com produção hispano-mexicana, sem sombra de dúvida um dos filme de suspense mais maravilhosos já produzido/dirigido por Guillermo Del Toro.

O filme conta a história da pequena Ofélia (Ivana Baquero) que se vê arrastada para uma base militar no meio da floresta, em plena revolução espanhola com sua mãe prestes a dar à luz. Lá encontra-se com seu padrasto, o temido capitão Vidal (Sergi López), que comanda com mão de ferro seus subordinados tendo como suas características mais notáveis o sadismo e o preconceito.

Receita perfeita para uma vida depressiva e cheia de lamentações, certo?!?!? Não para Ofélia, apaixonada por contos de fadas, que começa a usar sua fértil imaginação para tentar fugir de sua dura realidade e se encontrar com diversos seres fabulosos. Um deles é o Fauno, um ser mitológico que revela à menina que sua missão é ajudá-la a retornar ao seu verdadeiro lar, o submundo onde Ofélia é uma princesa. Para isso Ofélia deve realizar três tarefas secretamente, o Fauno presenteia a jovem princesa com alguns objetos que tornariam suas tarefas em algo mais simples, entre eles um giz branco capaz de criar uma passagem entre os dois mundos, um livro mágico que conta a história de tudo que existe, podendo ser o passado ou até mesmo o futuro e pequenas fadas que lhe guiariam nessa jornada até o desconhecido.

As coisas se complicam quando sua mãe adoece e com o agravamento da guerra, os rebeldes republicanos estão se aproximando e seu padrasto fica cada vez mais neurótico e agressivo. Para piorar, após algumas desventuras no submundo, Ofélia recebe sua última tarefa onde deveria escolher entre a vida de seu recém nascido irmão ou sua única oportunidade de regressar a seu legítimo lar. O que parecia ser um conto de fadas se transforma em um barril de pólvora e cabe a Ofélia decidir em qual realidade acreditar, chegando ao ponto de o espectador não conseguir definir se Ofélia realmente vivenciou essa fabulosa experiência mágica durante a história ou se era tudo fruto de sua imaginação.

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O filme apresenta diversos personagens diferentes e intrigantes como o Homem Pálido, que para enxergar pega seus olhos sobre a mesa dentro de um prato e os coloca nas mãos, temos também o Mandraque, planta que queria ser homem que Ofélia usa na tentativa de curar sua mãe enferma, e o próprio Fauno que dispensa comentários, ser mitológico muito bem caracterizado e representado pelo ator Doug Jones, que por sinal também deu vida ao Homem Pálido.

Filme envolvente, maravilhoso e intenso, com boas atuações e excelente argumento, o longa ainda levou para casa em 2007 três estatuetas do Oscar nas categorias de melhor edição de arte, fotografia e maquiagem, e diversos outro prêmios, entre eles o Globo de Ouro de melhor filme estrangeiro. Bela produção, vale a pena assistir “O Labirinto do Fauno”.

 

Texto escrito por:

Natan Rufino

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