Crítica do reboot do filme Quarteto Fantástico
2 Claquetes

Crítica – Quarteto Fantástico (2015)

Assistir ao novo Quarteto Fantástico me faz pensar que certas obras são simplesmente inadaptáveis. Aparentemente os roteiristas, diretores e estúdios tem um bloqueio ou uma falta de bom senso na hora de entender a obra original e que mudam tudo apenas pelos possíveis e desejados cifrões no final do túnel.

O Quarteto Fantástico foi criado nos quadrinhos em meados de 1961 por Stan Lee com seu grande parceiro o desenhista Jack Kirby. O grupo foi criado em resposta ao sucesso que a Liga da Justiça, da DC Comics, maior concorrente da editora.

Os protagonistas Reed Richards, Sue Storm, Ben Grimm e Johnny Storm tiveram uma tentative de adaptação na década de 1990 mas que não foi para frente por conta do baixo orçamento, e depois ganhou um filme dirigido por Tim Story com Ioan Gruffudd, Jessica Alba, Michael Chiklis, Chris Evans e Julian McMahon no elenco.

O filme foi bem aceito pelos fãs e pela crítica apesar de suas falhas, mas ganhou uma continuação horrível, com o mesmo elenco e também dirigida por Tim Story chamada “Quarteto Fantástico e o Surfista Prateado”.

Voltando, infelizmente, a falar do reboot do Quarteto Fantástico, o filme tem como premissa uma nova origem, baseado no universo ultimate, criado no ano 2000 pela Marvel Comics para arrebatar novos leitores, sendo que esse universo serviu de inspiração pelo grande sucesso Vingadores da Marvel Studios.

Mas ao contrário do que a sua contraparte da Marvel Studios, e mesmo com os novos filmes do X-Men, X-Men: Primeira Classe e X-Men: Dias de Um Futuro Esquecido, ambos também da Fox, esse novo filme parece que foi feito com preguiça e descaso não só para com os fãs, mas com todo mundo que se sujeita a sair de casa e ir até o cinema.

O novo filme, agora com um elenco bem mais novo, começa mostrando a infância de Reed Richards e seu melhor amigo Bem Grimm. Depois passamos aos dois mais jovens, que atuações simplesmente esquecíveis de Milles Teller e Jamie Bell , que parece muito mais o parceiro depressivo de Reed Richards do que o seu amigo forte, quase um guarda costas.

Depois,  avançamos no tempo até 2015 e conhecemos os cientistas Sue Storm e seu pai o Dr. Franklin Storm, esse um acréscimo excelente para o filme e que ele e apenas ele em todo o filme passa aquele sentimento de união e família, que toda a equipe sempre teve, mas que esse novo filme do Josh Trank simplesmente não consegue demonstrar.

Os dois são interpretados por atores da ótima série  “House of Cards”, Kate Mara e Reg E Cathey. Para completar o quarteto temos um bom e engraçado Johnny Storm, interpretado por Michael B. Jordan que é o personagem mais carismático do filme.

Para os vilões, não podiam ter escolhido atores mais fracos, com personagens mal escritos e estereotipados, Toby Kebell no papel de Victor Von Doom/Dr. Destino e Tim Blake Nelson como o agente Harvey Elder, vamos acompanhar se os dois não vão se unir ao Adam Sandler para ganhar um Framboesa de Ouro esse ano.

Voltando a história, ela simplesmente não faz sentido, o filme obviamente muda de tom de uma forma não natural e que fica claro que foram problemas na montagem, roteiro e corte final. Até a sua metade o filme se mostra uma história de cientistas, até que interessante, mas quando os heróis “viram” heróis, você passa a olhar no relógio e torcer para que aquela tortura acabe logo.

Além da equipe simplesmente não ser isso, os efeitos especiais dos personagens são medíocres, culpa do “baixo”orçamento e talvez preguiça da equipe. Os efeitos de fogo do Tocha Humana parece ter sido feito na década de 90 e a aparência do Dr. Destino te faz sentir vergonha alheia e pensar que qualquer outra coisa teria ficado melhor.

Quarteto Fantástico (2015) é um filme esquecível, mal feito e que demonstra que a Fox simplesmente não entendeu a essência dos quatros heróis do edifício Baxter e que deveria ganhar muito dinheiro, mas apenas vendendo os direitos dos heróis de volta a Marvel/Disney.

Nota: 2 claquetes

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