Crítica: The Babadook
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Crítica: The Babadook

TheBabadook_posterRecentemente, os filmes de terror adoram abusar dos sustos. São cortes rápidos seguidos de um ruído muito alto que apenas buscam fazer o espectador pular na cadeira. Isso só fez com que o gênero perdesse a melhor das características, que é a construção gradativa da tensão.

“The Babadook” tem isso e mais um pouco. O filme, que recentemente chegou ao Netflix (e não teve lançamento nos cinemas brasileiros), conta a história de uma mãe viúva que ainda não superou a perda do marido, e vive se esforçando para que seu filho não sofra com os pesadelos, lendo histórias para ele antes de dormir. No entanto, um dia ela acaba lendo um livro no qual nunca tinha reparado, chamado “Mr. Babadook”. A partir de então, ela começa a viver sob a ameaça do monstro retratado no livro.

Dirigido pela estreante em longas Jennifer Kent (que atuou no filme “Babe – O Porquinho Atrapalhado na Cidade” sob a batuta do conterrâneo George Miller), o longa australiano é protagonizado pela ótima Essie Davis e o garoto Noah Wiseman. As atuações são um ponto chave da obra, permitindo um mergulho ainda maior na tensão e criando ainda mais vínculo entre espectador e personagens, já que compreendemos os medos e ressentimentos deles.

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“The Babadook” é esperto em utilizar uma trilha sonora discreta, o filme se aproveita dos sons diegéticos para fazê-los “cortar” a música da trilha sonora, indo no sentido oposto da maioria dos filmes do gênero. A fotografia também se mostra acertada, já que se utiliza de uma luz fria para trazer um clima de tensão e angústia, mas sem cair no clichê do clima nublado o tempo todo, já que o sol dá as caras e ainda funciona como um contraponto ao problema de insônia de Amelia.

Por fim, sem nunca revelar mais do que o necessário, justamente para manter o medo no espectador (afinal, um dos grandes fatores para termos medo é o desconhecido), “The Babadook” nos leva a um interessante questionamento: já que todos nós temos monstros internos, dos quais é impossível nos livrarmos, cabe a nós aprender a conviver com eles.

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4/5

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