ROCHA)S( #10 - "OS NÓS DA LINHA HELENÍSTICA"
Rocha)S(

ROCHA)S( #10 – “OS NÓS DA LINHA HELENÍSTICA”

“Entre a santidade e a sensualidade…”
|| Provocações do “Abu” à Musa do Cinema Marginal, Inez, de nome Helena ||

É por esse caminho não retilíneo e dúbio – entre o celeste e o infernal – que Alice irá passar.
A divindade teocêntrica e a sensualidade do escuso, do fora da lei, juntos nos mesmo tabuleiro. “NOSSA ALICE” (https://cinemacao.com/2015/05/18/rochas-09-nossas-alices/) vai embreagar-vos com ações de uma puritana e as pausas de um gambá camaleônico, que exala ardor por onde passa.

Os nós das personagens se confundem com os nós estruturais do roteiro da narrativa.

– O sexo de nós, roteiristas. E o sexo deles, atores.
A afirmação que gera dúvidas. Mas, o tesão já é suficiente e geme por todos os gêneros.

ELES sentem um tesão intenso, mas não é exatamente pelos seus corpos. O desejo se impregna pela musicalidade do primeiro, pela sensibilidade do terceiro, pela malemolência do segundo… Pela poesia que aflora em um, pela voracidade que vulcaniza o outro, pela fome que mata todos.

ELA prefere não ler o roteiro. Não gosta de cartas, búzios, nem o horóscopo do jornal. Os papéis carbonos frios da máquina de datilografar se aquecem na lata do lixo. Os diálogos passam a ser decifrados, os pensamentos tentam ser lidos, e as marcações se camuflam na veia libertária da paralisia do querer de cada um.

No século XIX o grito de liberdade ecoava, mostrar sua cara, suas vergonhas.
Depois de anos à sombra da colonização generalizada, criar nossa própria receita era vital para uma pátria amada.

É precismo mostrar quem somos e criar um IDENTIDADE.
Não aquela encruzilhada de linhas que nos abreviam. É algo que no mesmo instante que é particular, é coletivo. Para construírmos a nossa, precisamos da de todos.

As linhas, quando meladas na tinta preta e pressionadas no papel, nos indentifica. Tal qual o roteiro. Suas tintas, seus personagens, diálogos e ações, eles precisam construir uma identidade no processo inicial da sua construção, para que o filme consiga representar com originalidade e profundeza o recorte real de determinada época, contexto e paixões.

“Perdem-se nos dedos, perpassam as mãos. O ferrete da morte”.

Não adianta ser apressado como os românticos. A identidade de um roteiro – independente da sua origem  -, não é construída do dia pra noite.
A alvenaria é constante. Cada dia uma nova peça se encaixa, outra se dissolve ou são trocadas. O que vale não é a imponência, mas a solidez da construção.

A ampulheta que nos rege inverte o tempo todo. Com ela, vão os instintos, os anseios, as ideologias, os pensamentos… O que nós somos!

Para ver essa arte, outras ilustrações, foto-montagens, colagens, e conhecer o trabalho da Adriana Lisboa: Tumblr: http://adrianalisboapictures.tumblr.com/ || Instagram: https://instagram.com/adrianasalisboa || Pinterest: https://www.pinterest.com/adrianalisboa71/

E para comprar seu exemplar do livro “Griphos Meus: Cinema, Literatura, Música, Política & outros Gozos Crônicos” (R$25) com: FRETE GRÁTIS (para todo Brasil) & 01 GRIPHO BÔNUS (em forma de carta escrita à mão pelo próprio autor) é só enviar um E-MAIL ([email protected]) ou pelo INSTAGRAM (http://instagram.com/livrogriphosmeus)

Deixe seu comentário