"If I Die On Mars" - Cinem(ação): filmes, podcasts, críticas e tudo sobre cinema
Artigo

“If I Die On Mars”

A única certeza em vida é que um dia morreremos: Nascemos, crescemos e gradualmente estamos mais perto da nossa morte. Seria este o motivo pelo qual pessoas, voluntariamente, estariam dispostas à embarcar numa viagem em direção ao planeta vermelho? Muitas perderam a fé na vida terrestre, outras não estão felizes e o amor não tem significado algum ou, em certa medida, não existe. No documentário If I Die On Mars produzido pelo The Guardian, três pessoas que desejam ir à Marte para uma expedição de ida e que está prevista para 2020 foram entrevistadas, e falaram sobre suas motivações de partirem para outro planeta e deixar a Terra para trás.

Ryan é um estudante de Física do Reino Unido. Nunca esteve perto de beijar alguém na boca como também, nunca teve o desejo de fazer sexo. Sua vida desde criança é incomum, foi abandonado pelos pais junto de sua irmã quando tinha apenas dois anos de idade e com isso, teve sempre ao seu redor seus avós como figuras de pai e mãe. Esse abandono dos pais é o maior trauma que Ryan tem em vida, e indo à Marte, seria como reviver algo traumático novamente, contudo, não seria ele o abandonado, mas seus avós, logo ele teria que conviver com essa escolha. A preocupação dele é deixar algo importante, um legado para outras gerações que virão no futuro, já que segundo ele: “Being Able to think and look back and knowing that it mattered what I did, in the end that does make it worthwhile to me”.

Dina é uma iraquiana estudante de computação que atualmente vive nos Estados Unidos. Dina nunca apreciou o modo de vida que as mulheres têm em seu país e ao tomar a decisão de partir e viver em outro país, foi como um abandono de seu passado e de seus parentes; ela sabia que não haveria volta. Uma vez indo embora, por que não ir novamente, mas para outro planeta? Suas motivações, ambições e anseios com relação à raça humana são ingredientes importantes para essa sua tomada de decisão. Ela não acredita no amor, assim como, não precisa dele. Quando perguntada se a falta de sexo seria algo problemático pra ela ao viver no planeta vermelho, ela diz que não, que suas necessidades sexuais podem ser saciadas sem ter um parceiro. O conceito de “loucura” quando perguntada se ir e abandonar tudo para trás seria algo como tal, ela reflete à respeito do porquê estamos aqui, isto é, nascemos, casamos, temos filhos e depois morremos? Segundo ela: “You’re going to die here or there it doesn’t really matter. Why you are going to die is what matters to me. If I died on Mars, that would be an accomplishment”.

Jeremias é médico e vive em Moçambique. A descrença de Jeremias é tão grande que há tantos problemas na Terra que o Homem não é mais capaz de resolver. De acordo com ele, estamos destinados à conviver com tal situação e por isso partir em busca de algo novo, algo que possa ser construído do zero, é a sua maior motivação em abandonar à Terra. Sobre o amor, ele tem uma visão diferente, digo com relação à opinião de Dina; ou seja, ele respeita o amor e o sente, contudo, caso se apaixone por alguém antes de partir em sua jornada, sua razão falará mais alto que seu coração e o controle emocional vai entrar em prática na sua vida. “I’m afraid of somethings here in this life. But I’m not afraid of death”.

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