Estreias de filmes às quintas-feiras vai beneficiar os exibidores
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Opinião: Estreias de filmes às quintas-feiras vai beneficiar os exibidores

A partir do dia 13 de março, quinta-feira, as estreias dos filmes no cinema passa a ser de quinta-feira e não mais de sexta-feira. A decisão foi anunciada pela FENEEC (Federação Nacional das Empresas Exibidoras Cinematográficas). Segundo o presidente da entidade, a mudança vinha sendo discutida desde abril de 2013.

A principal justificativa é de que o movimento dos cinemas às quintas-feiras é considerado fraco pelo mercado exibidor, e o penúltimo dia útil da semana costuma ser agitado na maioria das cidades, já que as pessoas costumam ir a bares e restaurantes.

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Marcio Fraccaroli, diretor da distribuidora Paris Filmes, lembrou ao Estadão da experiência de sucesso em 17 países que estreiam os filmes em outros dias. “Na França, é às quartas, na Argentina, às quintas”. Na América Latina, países como Peru, Bolívia e Chile também estreiam os filmes nas quintas-feiras.

A estreia de filmes às quintas-feiras não é totalmente novidade. Grandes blockbusters já tiveram suas estreias às quintas-feiras e o mercado do cinema já descobriu a mina de ouro das pré-estreias há muito tempo. Mas não acredite que as distribuidoras e exibidoras de filmes tomaram essa decisão pensando no público final. Alguns diretores afirmaram que o público vai ter “mais tempo no final de semana” para ver filmes, e outros dizem que ir ao cinema vai se tornar “mais uma opção” para a quinta-feira à noite. Na verdade, vai ser um dia a mais para as salas de cinema cobrarem mais caro: vão cobrar preço de final de semana.

O importante a se entender é que trata-se de uma decisão especificamente mercadológica, voltada aos lucros das distribuidoras e exibidoras. A partir de agora, só segundas, terças e quartas terão o ingresso um pouco mais barato (às quartas, geralmente é dia de algum tipo de promoção na maioria das salas). Os fãs de cinema, que fazem questão de ver filmes no dia da estreia, vão mudar de hábitos, mas a maioria do público, que vê filmes quando tem espaço na agenda apertada dos afazeres semanais, vai continuar vendo quando for possível.

A mudança pode ser interessante em alguns casos. Segundo Paulo Lui, presidente da FENEEC, os filmes médios que não tem dinheiro para muita divulgação em publicidade vão ser beneficiados. Pode até ser, mas os blockbusters vão continuar saindo na vantagem.

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