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Crítica: Tudo Pelo Poder

 

Um personagem pequeno, em meio às sombras, é deixado sozinho em meio a um fundo colorido com a imponente da bandeira dos Estados Unidos. Uma jovem, solitária, senta-se em um café enquanto uma luz pálida incide sobre seu rosto e a contrapõe às luzes da cidade. Se na primeira cena do filme o personagem Stephen Meyers se dirige a uma arquibancada sem ninguém para apenas fazer testes, a última cena mostra o mesmo personagem com autoridade prestes a falar para um público muito maior. Mas o diretor George Clooney não é apenas responsável por belas e inspiradoras cenas: ele também dirige com primazia o longa que conta a trama de um assessor da campanha primária para a presidência da república dos Estados Unidos.

 

Vivido intensamente por Ryan Gosling, Stephen é um assessor chefiado por Paul Zara (Philip Seymour Hoffman). O objetivo deles é fazer com que Mike Morris (Clooney) vença as primárias e se torne candidato à presidência do partido dos Democratas, tido como favorito a vencer os fracos oponentes Republicanos. Stephen vai se embrenhando cada vez mais em meio a uma trama que consegue ser envolvente e inteligente mesmo com todos os clichês de tramas políticas americanas: a repórter “amiga” do veículo importante, o senador a um passo de dar seu apoio, a estagiária encantadora, e o assessor rival que se utiliza de meios sórdidos para diminuir a força da campanha, já que de outra maneira, ele perde.

 

O filme conta com uma trama política cheia de artimanhas orquestradas como em um complexo jogo de xadrez. Peões, reis, torres e bispos não medem esforços para dar um xeque-mate. Para total aproveitamento, nada como atuações impactantes, e Hoffman, Clooney, Gosling e Paul Giamatti desenvolvem tão bem os personagens que nos fazem crer ser o melhor elenco para o filme. O drama vivido pela bela estagiária Molly (Evan Rachel Wood) acrescenta ainda mais elementos para aumentar a tensão.

 

A direção de Clooney ainda permite algumas sutilezas: a imagem do candidato Morris em sua foto de campanha é extremamente parecida com a de Obama, tal qual sua candidatura. Mesmo sendo quase responsável por uma morte importante, Stephen continua em sua luta pelo poder conquistado por suas inteligentes artimanhas, mostrando como é frio e ganancioso. Paul, após sofrer a demissão, não se mostra totalmente desapontado, mostrando como entende os meandros da política, onde atua há tanto tempo.

Corajoso por mostrar detalhes da política americana, “Tudo Pelo Poder” se une a “Boa Noite e Boa Sorte” para comprovar como George Clooney é um ótimo diretor de filmes de caráter político, e ainda nos brinda com mais uma denúncia de como funcionam as campanhas políticas… embora não mude muita coisa.

Nota: 05 Claquetes

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