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Crítica: Rock of Ages – O Filme

Uma menina do interior, um garoto da cidade… Um cantor em uma sala enfumaçada, cheiro de vinho e perfume barato. Por um sorriso eles podem dividir a noite. E assim vai…

O que poderia ser a tradução da letra do clássico “Don’t Stop Believin”, da banda Journey, é também o mote de “Rock of Ages – O Filme”, filme musical baseado no homônimo da Broadway. Um musical que contém apenas o bom e velho rock’n roll só poderia ser voltado aos “metaleiros” de plantão, certo? Errado.

“Rock of Ages – O Filme” é apenas uma maneira “pop-moderna” de reviver os clássicos do rock, o que não é de todo ruim, mas certamente deve desagradar os roqueiros mais “undergrounds”.

Em meio a uma trama nada diferente do tradicional, a menina do interior que vai tentar a vida na cidade grande, tem sua mala roubada e recebe ajuda do mocinho, que vive como garçom mas sonha com o estrelato no palco. Em meio a tantas cantorias, guitarras e estripulias visuais, não sobra tempo para muita complexidade: a trama é simples, a vilã é caricatural e a solução para os problemas se dá de forma simplista.

Mas quem é que vai a um musical para ver histórias complexas ou tramas envolventes? A estrela de um musical são as músicas, e aqui elas estão bem produzidas e encaixadas na história. O diretor Adam Shankman faz um bom trabalho com os “mash-ups” (união de duas músicas em uma só), em uma tentativa de agradar a todos, embora não agrade a qualquer um, já que o filme tem um toque quase inevitável do seriado “Glee”. De qualquer forma, um saudosista menos extremista pode se envolver com algumas canções que embalaram sua geração.

Apesar da simpatia do casal principal, vivido pelo mexicano (e ex-Rebelde) Diego Boneta e a americana Julianne Hough, quem rouba a cena são os veteranos Tom Cruise, Paul Giamatti, Alec Baldwin, e o engraçadíssimo Russel Brand. Aliás, Tom Cruise encarna o roqueiro decadente Stacee Jaxx com muita segurança, enquanto que Alec Baldwin e Russel Brand são responsáveis pelas cenas mais engraçadas. Diálogos cômicos estão presentes ao longo de todo o filme, mesmo que muitas vezes rápidos e colados, ou seja, sem nenhuma função na trama.

Embora a maioria dos atores precise de autotune, as principais músicas do longa mostram um bom repertório e só por divulgarem alguns clássicos mais esquecidos já valem a pena. No fim das contas, “Rock of Ages – O Filme” dá um ar pop ao bom e velho rock’n roll, com ajuda de imagens coloridas e fotografias específicas para cada “número musical” apresentado. O filme não é superior ao grandes musicais do cinema, e nem mesmo ao “Hairspray” do mesmo diretor, mas diverte de maneira despretensiosa.

Dizem que o rock clássico morreu. Mas ele sobrevive aqui e ali, com presença em diversas manifestações culturais, revivendo vez ou outra. O mesmo pode-se dizer dos musicais, que são incomuns no cinema de hoje mas ressurgem em produções bem vindas.

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Nota: 03 claquetes

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